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Especialistas antecipam os desafios da saúde no pós-pandemia

Telemedicina e inteligência artificial foram alguns dos temas abordados no encontro que fechou a agenda do talk “Impacto Digital”

Arthur Menescal/Especial Metrópoles
Especialistas antecipam os desafios da saúde no pós-pandemia
1 de 1 Especialistas antecipam os desafios da saúde no pós-pandemia - Foto: Arthur Menescal/Especial Metrópoles

atualizado

É fácil cravar que quase todo o planeta se manteve concentrado em apenas um assunto nos últimos 20 meses: a saúde. Desde que a pandemia de Covid-19 foi oficialmente decretada, esse tema tomou os jornais, as redes sociais e as conversas no jantar. As descobertas científicas sobre a doença e o desenvolvimento da tão sonhada vacina estão na pauta diária desde então. 

Por esse e outros motivos, o tópico não poderia ficar de fora do tech talk “Impacto Digital: Conectividade Para Transformar Realidades, Negócios e Cidadãos”, promovido nessa quarta-feira (10/11), de forma híbrida, com produção do Grupo Metrópoles, realização do Parque Tecnológico de Brasília – BioTIC, patrocínio da Brasal e apoio do Sebrae e da Rede Hplus.

O painel “Saúde 5.0: Prevenção, diagnóstico e tratamento” fechou o dia no SebraeLab, que recebeu outros cinco painéis, além de palestra com o comunicador Marcos Piangers. Foram convidados Eduardo Cordioli, gerente médico da Telemedicina do Hospital Israelita Albert Einstein, e André Gentil, diretor de transformação digital na Pixeon.

André Gentil: “Precisamos rever a cultura de inovação para incorporar de verdade os cuidados necessários a ela”

A telemedicina foi um dos primeiros temas que foram abordados no bate-papo. Cordioli contou que o Einstein implementou a empreitada há quase uma década, investindo em consultas à distância desde 2016. Se o aumento já era exponencial – antes da pandemia, até março do ano passado, 2020 tinha a média de 60 consultas por dia -, após a oficialização do problema em escala mundial os atendimentos remotos passaram para a média de 1.000 a cada 24 horas. “As repercussões da Covid-19 aceleraram esse processo em quatro, cinco anos”, explicou.

“Com nosso jeitinho brasileiro, a gente quebra alguns galhos, mas acaba com um Frankenstein em mãos. Vamos falar da consulta por WhatsApp. Muitas pessoas usam, mas esse processo não tem segurança, não tem registro nos prontuários. Precisamos rever a cultura de inovação para incorporar de verdade os cuidados necessários a ela. Ao contrário de um aplicativo de entregas, nós da saúde não podemos errar mil vezes. Não podemos ter protocolos que aumentem riscos, mas também não podemos ficar parados. Algumas coisas simples podem melhorar a vida de todos. Ligar para o médico e marcar consulta? Isso já está ultrapassado.”

André Gentil, diretor de transformação digital na Pixeon

Outra demanda que também pode facilitar as relações entre médico e paciente, bem como um maior controle do indivíduo sobre a própria saúde e a otimização de processos, é a criação de um prontuário único digital, possível de ser acessado em qualquer hospital não importando a região do país, desde que, claro, haja a infraestrutura para isso. “Isso deveria ser uma meta dos serviços de saúde. A nossa história médica está dividida por onde a gente passa. E toda vez que você sai da sua localidade pode ter que repetir alguns processos. E em produção, a repetição pode induzir ao erro”, ponderou o gerente médico da Telemedicina do Hospital Israelita Albert Einstein.

Eduardo Cordioli: “No mundo físico, um mau profissional some, no digital ele é identificado. Então a solução somos nós”

Machine learning, big data, blockchain. Afinal de contas, como a tecnologia pode ajudar na prevenção de doenças? André Gentil oferece um bom exemplo: “A gente tem pesquisas que a inteligência artificial no câncer de mama detecta com cinco anos de antecipação do radiologista, pois consegue ver coisas que os nossos olhos não. É desse nível que estamos falando. Eletrocardiogramas que podem ter laudos que serão revisados pelos médicos. Quando apresentei isso a um hospital, me disseram o seguinte: isso pode salvar uma vida”, relembrou.

Os aspectos nocivos do uso deturpado de outro tipo de tecnologia, como as notícias falsas sobre saúde, as tentativas de desacreditar a ciência, entre outros, foram o tema do fechamento do painel.

“A essência dessa maldade não está na tecnologia, e sim no ser humano. Dou o exemplo de que um bom médico é bom no presencial e também no digital. No mundo físico, um mau profissional some, no digital ele é identificado. Então a solução somos nós.”

Eduardo Cordioli, gerente médico da Telemedicina do Hospital Israelita Albert Einstein

O tech talk Impacto Digital: Conectividade para Transformar Realidades, Negócios e Cidadãos debateu esse e outros temas sobre tecnologia. Assista na íntegra abaixo.

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