atualizado
A história de sucesso da Escola Americana de Brasília (EAB) se confunde com a construção e a consolidação da capital federal. Com 60 anos de atuação, a instituição fez muito mais do que formar milhares de alunos ao longo de seis décadas. Misturando simplicidade acolhedora e tradição, a EAB se tornou referência quando o assunto é educação com currículo internacional.
Dos anos iniciais da educação infantil ao último ano do ensino médio, a escola se diferencia por ser, verdadeiramente, um espaço multicultural. Com alunos de aproximadamente 40 nacionalidades, as interações e aprendizados que ocorrem dentro desse tipo de comunidade estudantil é tão diversa como única. Além disso, a EAB tem o maior percentual de professores internacionais de Brasília e o segundo maior do país.
Desde 1961, quando foi fundada por funcionários da embaixada norte-americana que desejavam garantir educação de qualidade aos filhos, a escola vem se reinventando ano a ano para servir a comunidade internacional da capital, assim como famílias brasileiras que têm a intenção de oferecer formação globalizada às novas gerações.
Para Lesley Tait, diretora-geral interina, a longa história da instituição com Brasília é motivo de orgulho. “Hoje nos tornamos muito mais do que uma escola para norte-americanos. Somos uma instituição de ensino verdadeiramente focada no futuro de crianças de todas as nacionalidades”, conta. Há três anos no colégio, Lesley lembra que o que mais chamou a atenção quando chegou foi o forte senso de comunidade. “Trata-se de um lugar onde todos trabalham juntos para garantir aprendizado para cada um dos nossos alunos”, afirma. “Isso me inspira todos os dias”, ressalta.
São valores como esse que permeiam a trajetória da escola desde a fundação. Um dos principais é a pluralidade entre estudantes e professores. Lesley explica que isso faz parte da missão da instituição ao desenvolver cidadãos globais, capazes de engajar com as comunidades locais e mundiais, prezando pela humanidade mais digna, sustentável e igualitária.
Após exercer durante um ano a função – um desafio, especialmente, em meio à pandemia –, a educadora se prepara para fazer, em julho, a transição do cargo para a nova diretora, Grace McCallum, oriunda da Frankfurt International School (FIS). Lesley assumirá a direção-geral de uma escola na África, onde pretende fortalecer esse mesmo senso de comunidade que encontrou na capital federal.
Ensino como missão
Naturalmente, a EAB é feita de histórias tão grandiosas que se misturam com a da própria cidade. Pessoas que escolheram se dedicar ao ensino dos outros como missão de vida. Esse é o caso de Kevin Meklin, um dos funcionários mais antigos da EAB no quadro atual. Ele começou a jornada como professor de matemática há mais de três décadas após participar de um processo seletivo em Maine, nos Estados Unidos. Ele lembra que no início não foi fácil tomar a decisão de permanecer no Brasil. “Eu pensava: só mais uma semaninha”, revela.
A experiência em Brasília era totalmente nova, especialmente por conta do choque cultural. Kevin relata que a primeira vez que retornou aos Estados Unidos para passar o Natal com os pais, eles se surpreenderam porque o rapaz havia perdido muito peso. “Na época, não tinha fast food na cidade”, conta rindo. Mesmo com as dificuldades iniciais e barreiras do idioma, ele decidiu ficar na cidade, onde permanece até hoje. “A escola foi o que me fez ficar. O campus tinha tanto charme. Era o lugar que eu me sentia mais seguro. Sempre acolhedor e com pessoas amigáveis”, conclui.
Há 28 anos na EAB, Paola Zanetti já exerceu diferentes funções dentro da instituição. Ao longo de quase três décadas já foi recepcionista, assistente em sala de aula, além de passar por outros departamentos. Há 15 anos atua como secretária. Ela explica que a coisa mais gratificante é poder contribuir na formação das crianças. “Quero passar para elas a sensação de que aqui elas estão seguras para errar e acertar”, diz.
Para que todos possam estudar e trabalhar diariamente, há uma pessoa por trás que ajuda a fazer tudo acontecer. Valdir Joaquim da Silva está há 26 anos na área de manutenção da escola. Querido por todos, é uma daquelas peças indispensáveis na engrenagem de sucesso da instituição. “O que mais gosto do meu trabalho é atender bem as solicitações que chegam até mim”, diz. “Esse é meu dever”, aponta. Hoje sente ainda mais gratidão por acompanhar o filho Luis Felipe, ex-aluno da EAB estagiando lá como assistente dos professores.
Formação e música
A EAB é altamente inovadora. “Não somos uma escola em que as crianças precisam simplesmente transferir informações para o papel na hora da prova. Aqui incentivamos o pensamento crítico”, argumenta a diretora interina. “O lado acadêmico, claro, é extremamente valorizado, mas queremos desenvolver cidadãos completos e adaptados ao mundo”, conclui.
Aceito em mais de 150 países, o currículo internacional da escola ajuda. Há espaços para o desenvolvimento de todos os tipos de talentos, com enorme variedade de disciplinas que levam em consideração as aptidões dos estudantes. Na grade, há desde aulas eletivas de música, línguas e esportes até preparações focadas em processos seletivos para universidades ao redor do mundo.
Aliás, por conta do investimento em música para uma formação pedagógica eclética, a instituição acabou estreitando, ao longo dos anos, ainda mais os laços com Brasília. Nos corredores do colégio circularam integrantes de bandas famosas, como Plebe Rude, Scalene, Capital Inicial e Aborto Elétrico – que, posteriormente, viria a se tornar Legião Urbana.
O local foi, inclusive, inserido no roteiro turístico da Rota Brasília Capital do Rock. O mapa, instituído pelo Governo do Distrito Federal em março deste ano e elaborado com a curadoria do vocalista da Plebe Rude, Philippe Seabra, visa oferecer a moradores e visitantes uma experiência única para quem deseja desbravar Brasília pelo olhar musical já consagrado na história da cidade.
Informações
Site: https://www.eabdf.br
Endereço: SGAS 605 Conjunto E, Lotes 34/37
Telefone: (61) 3442-9700