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A Covid-19 impôs uma nova realidade ao mundo, afetando a rotina das pessoas e as atividades de recreação como um todo. Para o público da melhor idade as incertezas se apresentaram de uma forma mais solitária. Grupo de risco na pandemia, as pessoas acima de 60 anos tiveram que se isolar socialmente e redobrar os cuidados por questões de saúde e segurança.
Porém, permanecer em casa não significa, necessariamente, ficar parado. Por isso, para dar continuidade aos trabalhos desenvolvidos antes da pandemia, o Sesc-DF, por meio do projeto Grupo dos Mais Vividos (GMV), migrou para ambiente virtual com atividades socioeducativas, lúdicas e interativas voltadas à promoção da qualidade de vida dos idosos.
O grupo conta com 1,5 mil participantes e vem promovendo um cronograma de ações por meio das plataformas digitais, como o Google Meet e o YouTube. Com turmas de segunda a sexta-feira, os encontros on-line trazem oficinas de estimulação cognitiva, teatro, canto e coral, expressão corporal, dança e artesanato.
Para socialização, há também o Bate-Papo entre Elas e o Bate-papo entre Eles, duas rodas de conversa separadas por gênero para estimular a troca de experiências, a partir de temas escolhidos por eles mesmos, desde futebol a criação de filhos e medos pessoais. Já pelo YouTube, as atividades são voltadas para grupos maiores e incluem o bingo e a Tarde Dançante, com muita música e festa.
“Nosso objetivo é minimizar os efeitos da pandemia, já que muitos idosos estão solitários, com quadro de depressão e ansiedade. As atividades contribuem para melhorar a qualidade de vida e a saúde deles”
Coordenadora do Sesc-DF, Adriana Costa
Outro formato explorado pelo Sesc-DF são as lives. Sempre às terças-feiras, às 17h, especialistas convidados debatem assuntos sugeridos pelos idosos por meio do canal no YouTube, tirando dúvidas e trocando informações.
Para participar das atividades do Grupo Mais Vividos os interessados devem entrar em contato pelo número (61) 9.9994-3652. A partir disso, serão direcionados para os grupos em uma unidade do Sesc-DF mais próxima.
Adaptação e novas tecnologias na terceira idade
Manter as atividades em tempos de isolamento social foi um grande desafio – para o Sesc-DF e alunos. O período pediu paciência e muita dedicação para que os idosos, não habituados com o uso de tecnologias, se adaptassem a essa nova realidade, sem perder os benefícios de participar das ações desenvolvidas.
Para isso, os primeiros meses de pandemia foram dedicados a ensinar passo a passo, desde como baixar um aplicativo no celular até formas de se proteger contra golpes na internet. Tudo isso feito por meio de vídeos tutoriais e espaços para tirar dúvidas. A participação da família nesse processo foi crucial para que ninguém ficasse de fora das atividades.
“Passamos o primeiro semestre do ano passado testando o ambiente virtual. Hoje, 90% dos nossos idosos dos projetos estão bem ambientados com as plataformas”
coordenadora do Sesc-DF, Adriana Costa
O digital permitiu abrir inúmeras possibilidades ao público acima dos 60 anos, possibilitando dar continuidade a atividades que geram autonomia, além de aumentar o protagonismo e o empoderamento da pessoa idosa. O serviço também permitiu compartilhar um grande volume de informações e quebrar preconceitos entre as gerações.
Aluna assídua do Sesc-DF há cinco anos, a professora aposentada Lair Moreno do Nascimento, de 69 anos, encontrou nas atividades a cura para depressão. “A minha vida mudou completamente. Nunca mais precisei tomar nenhum remédio. Me envolvo em muitas atividades, mas principalmente com o trabalho social”, comemora.
“O meu neto me ajudou muito na transição. Entrei na onda e, rapidinho, já estava participando das atividades on-line. Amo a integração e o entrosamento com as colegas. Estamos sempre em contato, uma apoiando a outra.
Lair Moreno, aposentada e aluna do Sesc-DF
Campanhas de conscientização com temas como violência contra pessoas idosas, conscientização contra o ageismo, prevenção de quedas, alzheimer, entre outras, estão sendo veiculadas constantemente nas redes sociais e pelos canais de comunicação do Sesc-DF.
Outro tópico importante trabalhado pelo projeto Grupo dos Mais Vividos é a prevenção aos golpes virtuais, já que os idosos são os maiores alvos. São duas turmas de redes sociais que ensinam sobre os cuidados com dados e dicas para cair em uma cilada.
Todas as atividades têm como foco principal o envelhecimento saudável, com ênfase nos eixos Cidadania, Educação e atualidades, saúde do idoso e Arte e Cultura.
Apesar das restrições, todas as unidades do Sesc-DF (504 Sul, 913 Sul, Ceilândia, Gama, Guará, Taguatinga Norte e Taguatinga Sul) estão operando presencialmente para dúvidas e também de modo virtual para projetos específicos.