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Dados registram aumento na procura por ensino bilíngue no Brasil

Faturamento do setor teve o segundo maior crescimento, dentre os serviços educacionais, no 2º trimestre de 2019

atualizado

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1 de 1 ensino-bilingue- - Foto: Josh Applegate, Unsplash


Preparar as crianças para um mercado de trabalho cada vez mais competitivo e um mundo totalmente globalizado são inquietações recorrentes dos pais ao matricularem os filhos na educação básica. E isso inclui, claro, o ensino de línguas. O que antes era uma tendência, atualmente pode ser considerada uma realidade. 

Dados da Associação Brasileira do Ensino Bilíngue (Abebi) apontam um aumento entre 6% e 10% no segmento de escolas bilíngues do país nos últimos cinco anos. De acordo com o Ministério da Educação (MEC), o Brasil possui aproximadamente 40 mil escolas privadas, 21% do total das 184 mil unidades de ensino brasileiras. A Abebi estima que cerca de 3%, algo em torno de 1,2 mil instituições, possuem algum programa de educação bilíngue.

O ensino de inglês para crianças brasileiras teve início nos anos 80 e, desde então, o número de colégios com esse idioma no currículo só tem aumentado. Para o MEC, são consideradas bilíngues inclusive escolas para surdos e indígenas. A Organização das Escolas Bilíngues de São Paulo (OEBI) classifica na categoria, segundo seu estatuto, escolas cuja carga horária seja de no mínimo 75% em língua estrangeira na educação infantil a 25% no ensino médio.

Algumas instituições têm iniciativas, como atividades, aulas de inglês ou de línguas estrangeiras, enquanto outras são totalmente bilíngues. A diferença está no currículo. Segundo especialistas desse segmento, uma das diferenças da educação bilíngue é ensinar o estudante a pensar em dois idiomas.

Entretanto, é importante ressaltar que se entende como indivíduo bilíngue aquele que fala, pensa e raciocina em dois idiomas, navegando nesses ambientes confortavelmente, sem esforços ou traduções. Um estudo do Conselho Britânico revela que, apesar de esta característica ser considerada um diferencial, somente 1% da população brasileira é realmente fluente em inglês.

Mercado em expansão
Levantamento da Associação Brasileira do Franchising (ABF) registra um aumento de 8,7% nos serviços educacionais bilíngues, considerado o segundo melhor crescimento no faturamento no segundo trimestre de 2019. Ainda assim, o Brasil ainda tem muito a avançar. Para comparação, na Argentina, Uruguai e Chile, o percentual de instituições de ensino bilíngues bate nos 8%. Para chegar perto dos países vizinhos, o sistema brasileiro precisaria incorporar pelo menos mais 2 mil escolas particulares.

Reconhecidamente um idioma de acesso, o inglês é a opção mais procurada por pais que buscam alternativas bilíngues. No entanto, seja qual for a segunda língua, o fundamental é que a escola siga a carga horária mínima exigida pelo MEC, além da orientação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). O documento salienta que a língua inglesa deve colaborar para desenvolver competências que vão além da leitura, interpretação e resolução de problemas. 

Na opinião da professora particular de matemática Tatiana Mello, algumas escolas bilíngues são mais fracas do que as tradicionais porque focam mais no idioma do que no conteúdo em si. Atualmente, ela dá aula para alguns alunos matriculados na Escola Americana de Brasília e a sua percepção sobre matemática, por exemplo, é de que o conteúdo é bastante específico e o aluno segue os conteúdos dos livros. Mas isso não ocorre em todas as disciplinas. Assim, para a educadora, só faz sentido matricular a criança em uma escola bilíngue se houver a intenção de futuramente mandá-la para o exterior. “Se for assim, acho muito válido”, afirma.

Mãe de quatro filhos, Gabriela Valadão Alves é defensora do ensino de outras línguas na escola. Contudo, ela considera como melhor modelo o da chamada escola estrangeira, que tem o aprendizado em outra língua como um benefício e dá atenção mais individualizada a cada aluno, principalmente com relação a diferentes habilidades, entre elas artes, esportes e teatro. “Além da imersão em inglês, essas escolas trabalham culinária, robótica, aula de circo e as aulas normais, como matemática e ciências”, explica.

Por ter tido uma experiência internacional na adolescência, morando com a família no Texas (EUA), Gabriela acredita que ter fluência em inglês abre portas, seja para estudar ou morar fora. Por isso, os seus filhos mais novos estão matriculados em uma escola bilíngue em Brasília. Ela decidiu colocá-los na unidade de ensino ainda pequenos. “O ensino de outra língua estimula outras áreas do cérebro e a criança fica bem mais ativa”, conclui.

Educação do Amanhã 2019

Lançado em 2018 pelo Metrópoles, o projeto Educação do Amanhã tem o objetivo de discutir novas metodologias e conceitos do processo educativo, além de estimular novas habilidades nos jovens do século 21.

Neste ano, ao longo de duas semanas, o portal publicará uma série de conteúdos relacionados às mudanças na área da educação: o que esperar da escola do futuro, o universo tecnológico e as tendências no processo de aprendizagem. Além, é claro, do novo papel do professor diante deste cenário repleto de desafios. A iniciativa tem patrocínio da Casa Thomas Jefferson, Colégio Ideal, Colégio Objetivo, AISEC e Colégio Marista João Paulo II.

Evento gratuito

O encerramento do projeto será marcado com a realização de um seminário no auditório do Edifício Íon, na SQN 212, Asa Norte (DF), que incluirá palestras inspiracionais, impactantes e reflexivas sobre como o processo educacional está em transformação nos dias atuais.  As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo Sympla. Confira as palestras:

Educação para o século XXI
Palestrante: Rui Fava

A sala de aula inovadora
Palestrante: Fausto Camargo

Culturas de pensamentos e investigação na escola
Palestrante: Clarissa Bezerra

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