Dois a cada 10 brasilienses não tomaram 2ª dose de vacina contra Covid
Especialistas explicam que a aplicação das duas doses é fundamental para garantir a eficácia indicada pelos fabricantes
atualizado
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Desde o início da campanha de vacinação contra a Covid-19 no Distrito Federal, o número de casos, internações e óbitos causados pelo coronavírus nos grupos já vacinados tem diminuído consideravelmente. No entanto, chama a atenção a quantidade de pessoas que não retornaram aos pontos de vacinação para a aplicação da segunda dose.
Segundo dados do Ministério da Saúde coletados pelo sistema DataSus em abril, dois em cada 10 brasilienses que tomaram a primeira dose da Coronavac não retornaram para a segunda dentro do prazo fixado pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal.
No caso da Coronavac, o intervalo máximo originalmente previsto pelo Instituto Butantan entre a primeira e a segunda dose é de 28 dias. Já no caso da vacina AstraZeneca, produzida pela Universidade de Oxford em parceria com a Fiocruz, o período é de 90 dias.
Segundo os especialistas, esse quadro é extremamente alarmante, pois a segunda dose é fundamental para consolidar a proteção contra o novo coronavírus. O grupo dos que não tomaram a segunda dose é formado só por idosos, as maiores vítimas da Covid-19.
De acordo com a gerente de Doenças Imunopreveníveis da Secretaria de Saúde do DF, Renata Brandão, todas as vacinas disponíveis no Calendário Básico Nacional objetivam a diminuição de casos, principalmente graves, e de óbitos daquelas determinadas doenças – e com a vacina contra a Covid-19 não é diferente.
Na última semana, o Ministério da Saúde publicou uma nota técnica esclarecendo que a segunda dose da vacina deve ser tomada, mesmo fora do prazo, assim que possível. “Essa é a orientação reforça a importância de se completar o esquema vacional para assegurar a proteção adequada contra a doença”, disse o órgão, em comunicado distribuído à imprensa.
Até esta quinta-feira (6/5), 478.346 pessoas haviam recebido a primeira dose da vacina contra o coronavírus no DF. Desse total, 274.454 tomaram a segunda dose. As informações foram extraídas do site Info Saúde, atualizado pela Secretaria de Saúde.
Não importa a marca, o importante é vacinar
Outra dificuldade encontrada pelos gestores da Saúde no DF tem sido a resistência de parte da população em relação à vacina AstraZeneca. O assunto foi abordado pelo governador Ibaneis Rocha no Twitter. Em raríssimos casos, houve registros de problemas vasculares após a aplicação desse imunizante.
Entre sexta-feira (30/4) e domingo (2/5), quando já estava liberada a primeira dose do imunizante para idosos com 60 e 61 anos de idade, apenas 16% dessa população buscou atendimento. Estima-se que no DF vivam cerca de 50 mil pessoas nessa faixa etária, mas apenas 8 mil foram vacinadas nos três primeiros dias da campanha para o grupo.
Para conscientizar a população, a Secretaria de Saúde lançou a campanha “Não importa a marca, o importante é vacinar”. Segundo a pasta, o objetivo da ação é informar a população de que as três vacinas oferecidas atualmente no Brasil são eficazes, seguras e garantem proteção contra a Covid-19.
Vale destacar que a eficácia atual representa o resultado de estudos clínicos feitos em voluntários em determinada pesquisa. O impacto real sobre a proteção é avaliado quanto à efetividade, que é medida com a imunização em massa da população. Portanto, não é o momento de escolher qual vacina tomar e, sim, receber aquela que está sendo oferecida.
Atualmente, o DF conta com 54 pontos de vacinação. Há unidades funcionando todos os dias, inclusive aos finais de semana. Além disso, na última segunda-feira (3/5), um novo ponto de vacinação entrou em operação com funcionamento noturno.
Por meio de uma parceria entre o Governo do Distrito Federal e as Forças Armadas, grupos prioritários terão acesso à imunização das 18h às 23h. O ponto é a Praça dos Cristais, em frente ao Quartel General do Exército, no Setor Militar Urbano (SMU).
Vacina Pfizer/BioNTech
O Distrito Federal já tem um terceiro tipo de imunizante para a população: a vacina da farmacêutica norte-americana Pfizer, produzida em parceria com o laboratório alemão BioNTech. Foram recebidas, na Rede de Frio Central, na noite dessa terça-feira (3/5), 5.850 doses produzidas na Bélgica. Para isso, foi adquirido um ultracongelador capaz de atingir a temperatura de até -80°C. As vacinas Pfizer precisam ser armazenadas a temperaturas entre -65°C e -80°C, conforme orientação do fabricante.
De acordo com estudos realizados sobre o imunizante, a vacina garante 85% de eficácia já na primeira dose. Para aplicação do imunizante, as equipes que atuam diretamente na vacinação foram capacitadas para manusear e preparar o imunobiológico. O frasco da vacina Pfizer/BioNTech contém seis doses. O intervalo entre a primeira e a segunda dose é de 21 dias.
Os frascos contém um pó liofilizado congelado que precisa ser diluído em uma solução líquida. Esse processo será feito diretamente nos pontos de vacinação que irão receber essas vacinas. Após a diluição, os imunobiológicos devem ser utilizados por um período de no máximo 6 horas e mantidos em temperatura de 2°C a 8°C.
Para conferir os locais de vacinação e outras informações fornecidas pela Secretaria de Saúde do DF, basta acessar o endereço eletrônico www.info.saude.df.gov.br.