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Disrupção no varejo: como iFood e Stellantis inovam com a tecnologia

CEOs das empresas compartilharam experiências no talk “Impacto Digital: Conectividade Para Transformar Realidades, Negócios e Cidadãos”

Arthur Menescal/Especial Metrópoles
impacto digital – Painel Aplicando a disrupção nos negócios
1 de 1 impacto digital – Painel Aplicando a disrupção nos negócios - Foto: Arthur Menescal/Especial Metrópoles

atualizado

“Disrupção”. Esse substantivo feminino é definido pelos dicionários como um ato de “quebra ou descontinuação de um processo já estabelecido”. Quando levado para o ambiente tecnológico e corporativo, a disrupção é tratada como um novo modelo de negócio a partir de algo inovador, rompendo com os padrões tradicionais. 

Por em prática esse conceito dentro das empresas, gerando uma nova cultura e antecipando os novos hábitos de consumo do público-alvo, foi o mote do painel “Aplicando a disrupção nos negócios”, onde Carlos Moyses, vice-presidente corporativo do iFood, e André Souza, CIO (Chief Information Officer) e Head de Software da Stellantis, compartilharam experiências e expectativas vividas dentro das empresas. 

O bate-papo foi o terceiro do dia no tech talk “Impacto Digital: Conectividade Para Transformar Realidades, Negócios e Cidadãos”, promovido nessa quarta-feira (10/11), de forma híbrida, com produção do Grupo Metrópoles, realização do Parque Tecnológico de Brasília – BioTIC, patrocínio da Brasal e apoio do Sebrae e da Rede Hplus. 

Para Carlos Moyses, que lidera o maior aplicativo de delivery do mundo, não há como falar de disrupção sem a liberdade para tentativas e erros dentro de um negócio. 

“Em 15 anos, o iFood mudou seu modelo de negócio e tem se consolidado cada vez mais porque testamos mil vezes antes de dar certo. Testar é a cultura da nossa empresa. Nós temos cerca de 10 grupos dentro do iFood focados em testar novas soluções e promover a inovação de forma mais assertiva.”

Carlos Moyses, vice-presidente do iFood

Os dados são peças chaves nesse processo. “Com uma base de dados de qualidade, as empresas conseguem inovar sem tirar o pé do chão, promovendo testes com grupos pequenos, com custos menores, antes de escalonar para todo o negócio”, completou Moyses.

O vice-presidente do iFood compara esse modelo de negócio da seguinte forma: o iFood seria um transatlântico em movimento e os grupos focais multidisciplinares são os jet skis na água, com toda a liberdade para descobrir novas coisas e errar.  

Carlos Moyses, vice-presidente corporativo do iFood (à esquerda) participa do painel “Aplicando a disrupção nos negócios”, mediado por Fernando Braga, Head de conteúdos Estratégicos do Metrópoles

Líder de Transformação Digital da Stellantis, megamontadora nascida da fusão de marcas importantes como Fiat, Citroen, Peugeot e Jeep, André Souza participou de forma remota e afirmou que o caminho para digitalização adotado pela empresa foi baseado em dois pilares: a eficiência operacional e a experiência do cliente. 

“Há cinco anos começamos nosso processo para o digital. Investimos na automação de processos nas montadoras e na coleta de dados do nosso público, o que nos abriu novas possibilidades de crescimento, como também tornou a indústria mais competitiva dentro do mercado. Isso nos tirou da zona de conforto, nos deixando atentos às pequenas dores e perdas dos nossos clientes e nas soluções para eles, gerando mais conforto e um operacional mais eficaz.”

André Souza, CIO e Head de Software da Stellantis

De olho no futuro! 

As grandes empresas e governos estão atentos ao que acontece ao redor do mundo para inovar e garantir aos consumidores e cidadãos a melhor experiência possível. Modernizando o ambiente de trabalho, agilizando decisões baseadas em dados e integrando toda a cadeia de valor por meio de tecnologias, sem deixar de lado o cliente.

“A forma de consumir está em constante mudança, por isso a gente olha para as marcas que vão afetar nossos negócios e o que está acontecendo na indústria de forma geral. Além dos riscos já associados ao nosso business, ficamos atentos às novas tecnologias que vão fazer a diferença, a partir daí a gente se prepara para as inovações”, ressaltou Souza.

No caso do iFood, a China é a grande referência. “Estamos de olho no que as empresas têm feito em vários países, mas com uma lupa sobre a China. Estamos sempre em contato com empresários de lá, vamos sempre conhecer as novidades num dos mercados mais desenvolvidos do mundo”, apontou Moyses.

CIO e Head de Software da Stellantis, Andre Souza participou de forma remota do painel

A consciência ambiental e um consumo mais sustentável ganham cada vez mais adeptos e têm guiado a relação das pessoas com as marcas, produtos e serviços. As empresas que buscam fidelizar e conquistar públicos modernos já entenderam a importância de inovar e gerar impacto social. 

“No iFood, as nossas metas hoje são focadas em educação, meio ambiente e inclusão. Por isso, estamos investindo na formação de profissionais, principalmente de tecnologia, focados na inclusão de mulheres, negros e outras minorias em postos de liderança. Nós já zeramos as emissões de carbono e estamos estudando como acabar com o plástico.”

Carlos Moyses, vice-presidente do iFood

Dentro da realidade das montadoras, o foco é na mobilidade urbana e nas necessidades de diferentes públicos. “Na pandemia, tivemos vários exemplos da mudança de comportamento e percebemos que as pessoas buscam sempre ter mais comodidade, tanto na experiência da compra como na do uso do veículo. Enxergamos diferentes públicos, desde os que não abrem mão de um carro novo aos que venderam o veículo próprio para usar aplicativos de mobilidade, como o Uber”, contou Souza. 

Internet 5G e o impacto nos negócios

A novidade do momento, a chegada da internet 5G ao Brasil, não poderia ficar de fora da conversa. Com uma rede mais potente e veloz que, além de ser “inteligente”, causa menos impacto ao meio ambiente, abre-se um leque de novas possibilidades de inovação nos negócios. Para a indústria automobilística, o impacto deve ser sentido principalmente nos processos e armazenamento de dados.

“Somos a única montadora do grupo na América Latina a já ter testes e casos de uso implementados ao 5G. A perspectiva da indústria é de automação desde a montagem até os veículos autônomos, com uso de inteligência artificial, ao mesmo tempo de uma otimização de rotas em tempo real, gerando mais eficiência.” 

André Souza, CIO e Head de Software da Stellantis

Dentro do iFood, ter uma internet mais rápida abrirá caminho para entregas mais eficientes com drones e o uso de robôs na logística. “Não vamos substituir nossos colaboradores, mas usar a tecnologia para melhorar a eficiência em toda a cadeia, do restaurante até a entrega na porta do nosso cliente”, complementou. 

O tech talk Impacto Digital: Conectividade para Transformar Realidades, Negócios e Cidadãos debateu esse e outros temas sobre tecnologia. Assista na íntegra abaixo. 

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