atualizado
Texto elaborado pelos alunos de Jornalismo do IDP Elisiele Máximo, Emanuelle Leones e Willams Meneses. Sob a supervisão das professoras Isa Stacciarini e Bárbara Lins
A pandemia de Covid-19 trouxe um problema para além da área da saúde. Assim como em diversos países, o Brasil enfrenta uma crise econômica diretamente ligada ao vírus, o que acarretou em aumento no número de brasileiros sem ocupação. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no primeiro trimestre de 2021 a taxa de desempregados era de 14,8 milhões de pessoas: a pior taxa desde o começo da pesquisa em 2012.
Economista e professor do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), Mathias Schneid cita dois fatores que podem ter contribuído para o aumento do desemprego.
“A incerteza ocasionada pela pandemia faz com que as pessoas adiem os planos de investimentos em novos negócios e as famílias deixem para consumir no futuro o que for menos necessário, isso acarreta em diminuição da demanda na economia. Somado a isso, tivemos o isolamento social que fez com que determinados setores fossem impedidos de operar normalmente, aumentando o desemprego.”
Economista e Professor do IDP, Mathias Schneid
Mesmo diante deste cenário, muitos brasileiros têm buscado formas alternativas para conquistar novas fontes de renda, como o empreendedorismo nas redes sociais e o serviço de delivery. É o caso de Odair José Alves de Oliveira, de 22 anos, que resolveu vender o carro para comprar uma moto e começar a trabalhar como entregador. “No começo da pandemia foi bem corrido. A rotina de motoboy é puxada, por vezes perigosa. A renda é boa, mas (o trabalhador) precisa se esforçar e trabalhar bastante”, conta.
Em contrapartida, o aumento no número de entregadores trouxe uma baixa no salário desse setor. Então, Odair precisou de outro emprego e atualmente trabalha durante o dia como motoboy em um laboratório de próteses dentárias no Núcleo Bandeirante e complementa a renda com o serviço de entregas no período da noite, em uma pizzaria em Samambaia.
Empreendedorismo nas redes sociais
Outro movimento que cresceu com a pandemia foi o de microempreendedores, que apostam desde lanchonetes que trabalham com delivery até lojas on-line nas redes sociais. Rafaela Carolina Rodrigues, de 37 anos, e o marido Antônio Scotta Zanatta Junior, de 40 anos, produzem espetinhos de churrasco e sanduíches em casa, anunciam os produtos pelo Instagram e pelo WhatsApp e fazem a entrega em Ceilândia.
“Tivemos que abrir mão de uma ajudante de cozinha e de um churrasqueiro. Todos os afazeres ficaram bem puxados para mim e meu esposo. É corrido dar conta de tudo e dar tempo de atender a demanda de entregas. O ponto positivo é que pudemos ficar mais próximos de nossas filhas, cuidar delas mais de perto”
Rafaela Carolina Rodrigues, 37 anos
Assim como Rafaela, Bárbara Aires, de 32 anos e o marido Adriano Aires, de 34 anos, começaram a trabalhar com alimentos e vendem marmitas fit nas redes sociais. Bárbara conta que a busca pelo estilo de vida saudável aumentou e a procura pelo delivery também. “Mesmo com o home office algumas pessoas não são adeptas a cozinhar e preferem receber as refeições no conforto de casa”, explica.
Visão do Especialista
O professor de economia do IDP Mathias Schneid explica que o empreendedorismo pode ser uma saída para trazer renda no curto prazo e lembra que em alguns ramos de negócio não é exigido grandes investimentos iniciais. “Depende, basicamente, de insumos básicos de produção e da mão de obra do idealizador. Além disso, você pode ter uma grande ideia de empreendimento há tempos e que estava só aguardando uma motivação extra para colocá-la em prática”, ressalta.
Mathias Schneid aponta que, com o avanço da vacinação no país, a incerteza em relação à pandemia pode diminuir, assim como os casos graves de coronavírus. “Isso fará com que as pessoas voltem a ter confiança no futuro para investir em novos negócios e para consumir bens e serviços que não consumiam no período de maior incerteza, o que deve contribuir para a retomada da economia”, reforça.
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