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Depois de ser um sucesso global, as food techs se fortalecem no Brasil chamando atenção de grandes investidores. A tendência – que, na verdade, é uma urgência de otimizar a produção, aproximar o consumidor final ao produtor, distribuir melhor, agilizar as entregas e reduzir os desperdícios – impulsiona o mercado brasileiro, que já conta com 335 startups, de acordo com a plataforma de inovação, Distrito.
Para discutir as mudanças no mercado, ouvir novas ideias e pensar nos próximos passos, a BioTIC realiza o evento “Agro Trends – Tecnologia para impulsionar o campo e a alimentação”, em parceria com o Metrópoles. O encontro ocorre em 1º de julho, no auditório da BioTIC, das 14h às 18h. As vagas são limitadas e podem ser preenchidas por aqui.
No Agro Trends, exemplos de sucesso do mercado das foodtechs estarão representados no primeiro talk do dia, “Revolução no prato: startups recriam a forma de fazer comida”, com André Carvalho, CEO da The New; Victor Santos, fundador da LivUp; e Lucas Costa, fundador da Food to Save.
As queridinhas do momento
Entendido ainda como um mercado incipiente no Brasil, os números de empresas que estão voltadas a resolver problemas desse setor cresceram com a pandemia. Segundo dados da AgFunder, venture capital do Vale do Silício, no último ano, 3 mil startups conhecidas como foodtechs levantaram um total de US$ 51 bilhões em financiamento de risco ao redor do mundo. Isso representa um aumento de 85% em relação aos US$ 28 bilhões de 2020.
O que explica o fenômeno? De acordo com a Global Consumer Insights Survey, dentre os atributos de alimentos que os consumidores estão dispostos a pagar mais, 55% dos consumidores brasileiros escolhem as opções mais saudáveis como o principal estímulo. No mundo, esse número é de 53%.
Além disso, o Programa Mundial de Alimentos (WFP), da Organização das Nações Unidas (ONU), mostra que, no Brasil, aproximadamente 41 mil toneladas de alimentos em perfeitas condições deixam de ser aproveitadas todos os dias – mesmo com 33 milhões de brasileiros passando fome.
Esse número é de 2022 e foi contabilizado no 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 feito pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, e executado pelo Instituto Vox Populi.
Urgência
A foodtech brasileira Food to save, que estará presente no evento Agro Trends, foi criada com o objetivo de reduzir o desperdício. A marca já evitou que fossem descartadas quase 200 mil toneladas de alimentos na Capital Paulista, Campinas, Grande ABC, e Rio de Janeiro, entre restaurantes, padarias, hortifrutis, sacolões, docerias, e marcas como Padaria Bella Paulista, Rei do Mate, Havanna, Dengo Chocolates e o famoso Brownie do Luiz. Isso tudo com apenas dois anos de existência.
A startup liga o consumidor final a produtos que seriam descartados por estarem perto da data de vencimento, Para isso, oferece descontos que vão até 70% do preço original.
“Queremos revolucionar o desperdício de alimentos no país e, ainda, fazer com que mais pessoas tenham acesso a bons alimentos, e se a gente pode fazer isso de forma mais sustentável e ajudando o meio ambiente, por que não?”
CEO e cofundador da startup, Lucas Costa
A startup já movimentou mais de R$ 1,8 milhão e gerou mais de R$ 1 milhão em receita incremental aos estabelecimentos parceiros, conquistando números expressivos e se consolidando cada vez mais como líder de mercado dentro do seu segmento.
Comida do futuro, que já é presente
O campo brasileiro é o que temos de mais valioso por aqui, então, usar plantas para produzir carne tem sido uma alternativa providencial.
“Houve uma grande evolução nos consumidores. O número de pessoas em transição do consumo de carne animal para carne de plantas está cada vez mais forte. Além dos conceitos de sustentabilidade que já conhecemos, o consumidor descobriu que a alimentação à base de plantas é saborosa e saudável”
CEO da The New, André de Carvalho
A startup vem inovando a alimentação brasileira desde 2019. “O brasileiro gosta de comer bem. Com tanta diversidade na mesa, avanços tecnológicos e pesquisa, podemos ser referência em alimentação plant-based ao redor do mundo. Além disso, fomos criados fazendo mais com menos. O profissional brasileiro é naturalmente um inovador”, completa Bruno Fonseca, fundador da empresa.
Um dos obstáculos do negócio deles é o preconceito. “Isso é culpa da própria indústria. Empresas ávidas por faturamento esquecem o propósito e, com isso, o sabor. Utilizam proteínas de baixo custo e, logo, reduzem a qualidade e a experiência sensorial fica ruim”, explica André.
Correria consciente
Desde 2016, pessoas que não conseguem comer em casa por causa da correria do dia-a-dia, tem uma solução prática e saudável nas mãos: a LivUp. A marca produz e comercializa comida ultracongelada pela internet e em restaurantes.
“A concorrência no setor aumentou com mais opções para a compra de alimentos on-line, inclusive, de alimentação saudável e prática. Mas, ainda não vemos uma concorrência direta, porque trabalhamos canais de venda e o produto em si”
Fundador da startup, Victor Santos
A empresa dobrou de tamanho em 2020 e atualmente apresenta um crescimento total de mais de 100 vezes no acumulado dos últimos seis anos.
Um dos diferenciais, por exemplo, é o fomento do setor de agricultura familiar no Brasil. No momento, cerca de 40 famílias de agricultores fazem parte da base de fornecedores de quem a empresa compra mais de 100 toneladas de alimentos orgânicos por mês, garantindo uma renda média de cerca de R$ 15 mil para cada família.
Evento
E as food techs não serão o único assunto do evento da BioTIC. O segundo talk, terá o foco nas agtechs com a participação de porta-vozes da Solinftec e AGTech – agrotecnologia. Duas empresas que estão utilizando tecnologia de ponta para ajudar agricultores a vencerem os desafios no campo.
E, para encerrar o evento, Giuliano Bittencourt, CEO da BeGreen Farm, irá compartilhar um pouco de sua história inspiradora e contar como tem conduzido a primeira fazenda urbana e sustentável da América Latina.
Então, se inscreva gratuitamente e participe da revolução na alimentação e no campo brasileiros.
Agro Trends: tecnologia para impulsionar o campo e a alimentação
13h30 – Cadastramento
14h – Abertura oficial
14h30 – Revolução no prato: startups recriam a forma de fazer comida
Participação: Andre Carvalho, CEO da The New; Lucas Costa Infante, CEO e co-fundador da Food To Save; e Victor Santos, CEO da Liv Up.
15h45 – Do campo para a mesa: tecnologia para vencer os desafios da produção
Participação: Luiz Paviani, diretor comercial da AGTech ; e Rodrigo de Castro Cunha, Head de desenvolvimento de negócios da Solinftec.
17h – Palestra com Giuliano Bittencourt, fundador da BeGreen Farm.
Saiba com o chegar ao Parque Tecnológico de Brasília – Biotic