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Conhecida como o centro do poder do país, Brasília vai muito além de questões políticas e econômicas, a cidade nasceu artística. Projetada por Lucio Costa, a capital federal abriga construções do arquiteto Oscar Niemeyer, jardins de Burle Marx e azulejos de Athos Bulcão, apenas para citar alguns exemplos. Aos 61 anos, Brasília reúne uma diversidade de sotaques, culturas e tradições nas diferentes regiões administrativas.
Para celebrar essa variedade e, sobretudo, para revelar a identidade brasiliense pelo viés da cultura, a jornalista Marcia Zarur lança, em parceria com o Sesc-DF, o podcast Sesc Cultura ao Quadrado. O programa reunirá entrevistas com personalidades da cena brasiliense, pessoas que produzem, trabalham e estão nesse meio nas mais diversas áreas, como teatro, artes plásticas, dança, literatura, música e artesanato.
“Nosso objetivo é colocar os artistas do DF na maior evidência possível, para promover uma grande retomada das atividades culturais. Temos um ícone da divulgação cultural à frente do projeto, que é a Marcia Zarur. Por isso, o Sesc Cultura ao Quadrado vai se tornar um espaço importante para a divulgação do que de melhor é produzido na cidade.”
José Aparecido da Costa Freire, presidente da Fecomércio-DF, entidade que administra o Sesc, o Senac e o Instituto Fecomércio no Distrito Federal
Segundo Marcia Zarur, o programa será uma espécie de vitrine do que está sendo produzido de cultura dentro do DF. “Serão de personalidades muito conhecidas até pessoas anônimas, que ainda estão buscando um lugar ao sol. O crivo, a curadoria que a gente usa é justamente a relevância da produção cultural e a ligação com a cidade. Usamos isso como parâmetro para escolher. E o programa acaba falando muito da identidade brasiliense por esse viés da cultura, porque você descobre quem é uma população pelo que se produz de cultura e Brasília é muito rica nisso, apesar de ser uma parte pouco explorada”, afirma. “Tudo se resume à Esplanada dos Ministérios e a gente sabe que nosso quadradinho é mais amplo. Além disso, o viés da cultura é um viés atraente, especialmente neste momento que a gente está vivendo rodeado de notícias pesadas. O podcast traz um respiro de alegria e beleza que a cultura engloba.”
Praticidade
De acordo com a jornalista, que tem outros trabalhos sobre a cultura brasiliense, o formato foi escolhido por ser mais prático. “É um modelo que as pessoas têm como assistir ou só ouvir. Também é compatível com o que estamos vivendo, uma vida corrida, com o podcast você aproveita seu tempo se informando e sabendo a respeito de assuntos que têm interesse”, explica.
Ao todo, são 30 minutos de entrevista. “Uma conversa que vai direto ao ponto, é dinâmica, divertida, que tem uma reflexão, mas é compacta para que as pessoas possam ter esse tempo para ouvir”, descreve Zarur. Além da diversidade de assuntos e entrevistados, a jornalista garante surpresas no decorrer do bate-papo.
“É um respiro, em primeiro lugar, de alegria e leveza em um momento pesado que estamos vivendo, marcando também a retomada da vida normal. Estamos caminhando para uma volta da normalidade e a cultura foi fundamental para manter a sanidade mental das pessoas durante todo esse tempo. O que seria de nós sem a música, sem as séries, as produções audiovisuais, o teatro on-line? Acho que tudo isso mostrou que a cultura é um pilar fundamental e o podcast é uma maneira de chamar a atenção para a importância que a cultura tem em nossas vidas.”
Marcia Zarur, jornalista
Pós-pandemia
Sesc Cultura ao Quadrado, como ressalta a jornalista Marcia Zarur, marca também a retomada dos eventos e espetáculos culturais depois de um período de isolamento social. O setor foi diretamente afetado pela pandemia do novo coronavírus e ainda sofre com as restrições impostas pelo vírus. Contudo, o podcast propõe um olhar otimista para o futuro. “Uma das preocupações que temos é terminar sempre com uma mensagem para o futuro, olhar para a frente, enxergar oportunidades e olhar com otimismo para o que está por vir.”
Lançado no formato semanal, o programa teve como primeiro convidado o ator e humorista Welder Rodrigues, no mesmo dia da estreia de Hermanoteu na terra de Godah, filme da Cia. Melhores do Mundo da qual ele faz parte, no Telecine. Agora, retorna dia 19 de março com a participação de duas referências importantes do rap de Brasília, X do Câmbio Negro e o Japão do Viela 17.
Sesc Cultura ao Quadrado tem áudio e vídeo na íntegra divulgados nos canais do Sesc-DF nas redes sociais e está disponível também nos agregadores de podcast. Além disso, os melhores momentos das entrevistas irão ao ar aos sábados, na Rádio Metrópoles, às 10h, no programa Aqui elas mandam.
“O Sesc tem vocação de dar palco aos artistas. Acho que ele está presente na história de todos os artistas e também do público de Brasília. É uma parceria fundamental para a consolidação da cultura brasiliense”, afirma a jornalista. “O DF tem uma configuração que aparta o Plano Piloto das outras regiões e quem constrói essas pontes é a cultura, é o que aproxima, o que te faz mais igual, que derruba barreiras de distanciamento geográfico e de preconceito.”