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Crédito de carbono ganha força com a tokenização

A tokenização também cria novas possibilidades para os profissionais de engenharia, agronomia e geociências

Mateus Ross
Fotografia colorida mostrando homem discursando em palco-Metrópoles
1 de 1 Fotografia colorida mostrando homem discursando em palco-Metrópoles - Foto: Mateus Ross

atualizado

Na manhã desta quinta-feira (10/10), a 79ª Semana Oficial da Engenharia e Agronomia (SOEA) sediou um dos painéis mais aguardados do evento: “Tokenização na Engenharia, Agronomia e Geociências”. O auditório principal ficou lotado de profissionais em busca de entender como o uso de tokens pode transformar as áreas de atuação.

Conduzido por Cassio José Krupinsk, CEO da BlockBR, o painel trouxe insights sobre o futuro da tokenização de ativos digitais e a relação com o mercado de carbono.

Krupinsk destacou o potencial da tokenização – que é a transformação de um ativo físico em digital – para democratizar o mercado de carbono, permitindo que pequenos e médios investidores participem da compra e venda de créditos de carbono, antes restritos a grandes corporações.

Com o uso da blockchain (banco de dados coletivo), a transparência e a rastreabilidade das transações são garantidas, resolvendo problemas como a falta de confiança e a contagem dupla de créditos.

“A tokenização do mercado de carbono é o processo de conversão de créditos de carbono em tokens digitais, usando a tecnologia blockchain”, afirmou o CEO ao explicar que cada token representa uma quantidade de carbono reduzida, evitada ou sequestrada, que pode ser comprada ou vendida em mercados financeiros.

“Esse processo garante maior transparência, rastreabilidade e segurança nas transações, além de democratizar o acesso ao mercado de carbono, permitindo que pequenos e grandes investidores participem”, completou.

“O capital estrangeiro tem um grande interesse no país, principalmente quando falamos de áreas rurais e preservação ambiental”, ressaltou o CEO. A tecnologia pode viabilizar a preservação de áreas de reserva, gerando valor para os proprietários sem que precisem abrir mão das propriedades.

Investimentos

No setor imobiliário, Krupinsk destacou que a tokenização pode ser utilizada para financiar projetos de preservação e regeneração de áreas degradadas, com a participação de fundos imobiliários e outros investidores.

Ele destacou que os bancos estão cada vez mais atentos às oportunidades geradas pela compra de áreas tokenizadas, especialmente as ligadas a projetos de sustentabilidade e neutralidade de carbono.

“O mercado de carbono tem crescido rapidamente, com grande potencial de se expandir ainda mais à medida que as regulamentações ambientais se tornem mais rigorosas e as empresas busquem cumprir metas de neutralidade de carbono. A blockchain oferece uma forma de melhorar a eficiência e a transparência dessas transações”, observou o CEO.

Krupinsk ainda ponderou que a tokenização, além de ser uma oportunidade de inovação tecnológica, cria novas possibilidades para os profissionais de engenharia, agronomia e geociências.

“No token, tudo é possível”, disse, destacando que o futuro dessas áreas passa pela adoção de novas tecnologias que possibilitem a preservação ambiental e a geração de valor econômico de maneira descentralizada e inclusiva.

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