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Adotar uma alimentação saudável, equilibrada e livre de agrotóxicos é uma das premissas básicas para que o corpo funcione perfeitamente e sem a interferência de doenças. Alinhar essa prática à sustentabilidade, bem como o estímulo ao consumo consciente, tem sido o alicerce em que a BeGreen, primeira fazenda urbana e sustentável da América Latina, tem se firmado para levar uma alimentação de qualidade aos consumidores, além de trabalhar para a redução de desperdícios.
Esses e outros assuntos foram debatidos nesta sexta-feira (1°/7), durante o tech talk “Agrotrends – Tecnologia para impulsionar o campo e a alimentação”, promovido pelo Parque Tecnológico de Brasília (BioTIC), em parceria com Portal Metrópoles.
Para finalizar o evento, Giuliano Bittencourt, CEO da BeGreen Farm, explanou sobre a própria experiência, desde quando a fazenda foi inaugurada em 2017 com o objetivo de levar uma boa alimentação e sustentabilidade para consumidores, reduzindo o desperdício e oferecendo produtos 100% livres de agrotóxicos.
Parte da estratégia utilizada pela BeGreen envolve o consumo consciente, desperdício zero, produção local, além de ter 90% menos gasto de água na produção de verduras cultivadas em estufas hidropônicas, técnica de cultivo de plantas sem solo.
O CEO ressaltou também a importância do sentimento dos jovens em relação às mudanças climáticas que tem sido perceptível. “A ansiedade climática é definida segundo como as pessoas estão preocupadas com essa mudança de clima, além de que o Brasil é o segundo colocado no ranking em que os consumidores estão propensos a pagar por produtos mais sustentáveis”, pontuou.
Outro tema foi o ESG – Meio ambiente, Social e Governança, na tradução em português – que, nos últimos tempos, tem ganhado destaque. Dessa forma, é necessário definir o conceito de sustentabilidade, assim como os impactos gerados ao meio ambiente.
“O consumidor está mudando, e a BeGreen nasceu com esse propósito, ou seja, sustentabilidade nada mais é do que ser perene ao longo do tempo. Por isso, precisamos pensar no planeta, nas pessoas, na governança e na prosperidade.”
Redução de CO2
Em um país em que mais de 30 milhões de brasileiros passam fome, evitar o desperdício é fundamental. A agricultura, por exemplo, consome 70% de água, seguido de terra (37%), de energia (30%) e de emissão de gases (20%). Esses dados também foram apresentados pelo fundador da BeGreen, que pontuou que 70% de todo o produto perecível acaba no lixo, enquanto que 25% é relativo ao transporte, que pode danificar o produto ao consumidor final.
No campo, pela falta de tecnologia, para os pequenos produtores que precisam das condições climáticas de chuva e seca, por exemplo, existe uma perda dentro do campo. “Hoje, temos no Brasil 30 milhões de brasileiros que passam fome e 140% da capacidade de produção não chega até a mesa dessas pessoas”, declarou.
Desperdício zero
Utilizando a hidroponia, a BeGreen tem apenas 2% de desperdício e reduz drasticamente o uso de transporte devido à produção de alimentos dentro de shoppings centers. Além disso, a fazenda urbana monitora variáveis como temperatura, luminosidade, PH, CO2 e umidade. “Com isso, conseguimos ser 28 vezes mais produtivos por m² se comparado a um produtor convencional com estufas. Estamos dentro da cidade e reduzimos a emissão de CO2. Todo o nosso cultivo é biológico”, afirmou o CEO da BeGreen.
Com software para monitorar essas variáveis, a BeGreen acredita que o trabalho feito por eles tem o poder de transformar o mundo. Na fazenda ocorrem visitas guiadas de escolas com o objetivo de ensinar a definição de sustentabilidade, bem como o conceito de cultivo, além dessas pessoas serem induzidas a uma alimentação correta. Atualmente, a fazenda atende a 2 mil crianças por mês com meta de impactar 5 milhões de pessoas até 2025.
Caso tenha perdido o evento, confira os dois talks que antecederam a palestra, que só esteve disponível para quem acompanhou ao vivo.