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Conheça duas arquitetas que transformam as comunidades onde vivem

Além de contribuir para a construção e reformas de habitações ou de equipamentos públicos, as arquitetas moldam experiências

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1 de 1 foto colorida de duas pessoas - Metrópoles - Foto: Divulgação

atualizado

Arquitetos e urbanistas desempenham um papel fundamental ao criar espaços que vão além da estética, que também priorizam funcionalidade, conforto e bem-estar. Cada detalhe é resultado de uma compreensão profunda das necessidades humanas, seja ao desenhar um lar acolhedor, um ambiente de trabalho funcional ou espaços públicos que promovam conexão entre as pessoas.

Além de contribuir para a construção e reformas de habitações ou de equipamentos públicos, o arquiteto e o urbanista molda experiências, ressignificando a relação dos ocupantes com o espaço ao redor. 

Segundo levantamento do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU-BR), o país conta hoje com mais de 235 mil arquitetos e urbanistas em atuação. Cada um com as respectivas particularidades e áreas de interesse.  

Neste domingo, 15 de dezembro, data em que se comemora o Dia Nacional do Arquiteto e Urbanista, o Metrópoles conta a história de duas arquitetas que fazem a diferença para a comunidade onde vivem: Ester Carro e Luísa Luniere.

Arquitetura social 

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Ester Carro atua com arquitetura social na comunidade Jardim Colombo

Nascida em Jardim Colombo, uma favela da zona oeste de São Paulo, a arquiteta Ester Carro tem atuado com projetos sociais levando mais dignidade para uma população que carece de profissionais da área. Ela foi a primeira da comunidade a concluir um mestrado e, recentemente, iniciou um doutorado, além de dar aulas de Arquitetura para alunos da região. 

Apaixonada pelo que faz, Ester acredita na importância da profissão como uma ferramenta poderosa de transformação. “A arquitetura vai muito além da estética, ela influencia na saúde física e psicológica das pessoas”, aponta.

Para ela, uma casa em condições precárias pode gerar problemas de saúde e até interferir na sensação de segurança dos moradores. 

“Sempre tive o sonho de ser professora, de fazer novas conexões e inspirar para que cada vez mais tenha profissionais da área atuando na favela”, afirma. Mãe solo e filha de diarista e pedreiro, ela viu nas próprias experiências uma necessidade de fazer a diferença na comunidade onde mora. 

Ester é reconhecida pela abordagem em arquitetura social e já foi destaque na lista Under 30 da Forbes Brasil pelo impacto transformador na comunidade onde cresceu.

A arquiteta, que dá aula, estuda e ainda desenvolve projetos sociais para melhorar a vida dos moradores de comunidades mais carentes, tem no portfólio grandes projetos. Entre eles, o Fazendinhando, com a construção do Parque Fazendinha, uma praça instalada onde antes era um lixão. 

“O Fazendinha é um antigo lixão que foi transformado em um espaço de lazer para a comunidade. Esse é um projeto muito especial, a comunidade se apropriou e mostra a força do coletivo”, comemora Ester. 

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Parque Fazendinha se transformou em uma praça de lazer para a comunidade de Jardim Colombo
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População engajou na limpeza do terreno que era utilizado como lixão

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Parque Fazendinha se transformou em uma praça de lazer para a comunidade de Jardim Colombo

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A transformação do espaço que era utilizado para descarte de lixo iniciou em 2017, com um trabalho conjunto que contou com o mutirão de limpeza, a construção de um muro de contenção com reaproveitamento de pneus e a criação de um playground para as crianças. 

Para Ester, ter profissionais da área da arquitetura em locais como a favela traz mais qualidade de vida para os moradores da região. O conhecimento técnico contribui para a elaboração de projetos que trazem soluções assertivas.

“E a minha experiência pessoal agrega muito nos projetos. Ter uma escuta ativa e um olhar de urgência para as reais necessidades faz toda a diferença”, ressalta.

Conteúdo digital 

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Luísa Luniere utiliza as redes sociais para falar sobre arquitetura

A arquiteta e influenciadora digital Luísa Luniere também tem feito a diferença ao difundir conhecimento para quem não entende muito sobre arquitetura. Com uma página nas redes sociais, ela fala sobre a área de forma leve e divertida e tem atraído clientes que, pela primeira vez, estão experimentando ter um trabalho com um profissional do segmento. 

“Muitas vezes, o arquiteto é colocado em um lugar intangível, que só faz casa do zero ou só realiza grandes reformas. Existem profissionais que atuam especificamente nessas áreas, mas temos uma infinidade de segmentos dentro da profissão que as pessoas não conhecem ainda”, pondera Luísa. 

De acordo com ela, ainda há muito aquele estigma de que arquiteto é um investimento alto, mas, na verdade, não custa tanto e pode reduzir em até 30% o valor da obra com soluções funcionais.

“Nós, arquitetos, temos o conhecimento técnico que vai fazer toda a diferença em um projeto. Enxergamos para além da estética, trazemos soluções simples que podem melhorar a qualidade de vida de uma família”, explica. “Um melhor aproveitamento da luz natural, da ventilação, o arquiteto vai saber usar e aproveitar cada espaço.” 

A página nas redes sociais iniciou na pandemia, quando a maioria das pessoas estava conectada e ela, recém-formada, queria colocar para o mundo o conhecimento adquirido na faculdade. 

O conteúdo viralizou e, atualmente, 96% dos clientes que chegam até Luísa nunca tiveram contato com um arquiteto antes.

“Eu sempre busco explicar como funciona o trabalho do arquiteto, trazer eles mais para perto e encontrar soluções para atender a necessidade de cada uma”, conta. 

Entre os projetos que mais marcaram a carreira de Luísa, está a construção de uma casa para a avó dela. “Minha família é de pessoas concursadas, de classe média, que nunca tiveram contato com arquitetos. Fazer o projeto para a minha avó logo que eu me formei foi muito significativo. Ali eu vi que sabia que eu era arquiteta.” 

O que o arquiteto vê, ninguém mais vê

Tanto para Ester quanto para Luísa, a arquitetura tem um grande poder de transformar vidas. E o trabalho do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU-BR) é essencial para que profissionais como elas cheguem a mais pessoas. Além de ser um importante canal de defesa por políticas públicas que incluem o trabalho técnico de arquitetos e urbanistas.

E para homenagear esses profissionais, o CAU-BR está promovendo a campanha Onde o olhar do arquiteto e urbanista se faz presente, a vida melhoraA iniciativa destaca o impacto positivo da profissão no cotidiano das pessoas, por meio do conceito: “O que o arquiteto vê, ninguém mais vê.”

Nesse sentido, o conselho está incentivando os profissionais para que enviem material de antes e depois dos projetos, para realizar um grande mural digital exemplificando esse impacto na vida das pessoas.

Saiba mais sobre a campanha neste link.

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