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Distribuidoras de energia investem na formação de novos especialistas

Para suprir demanda cada vez maior, a prioridade é investir em capacitação profissional de homens e mulheres

Abradee/Reprodução
Neoenergia - Metrópoles
1 de 1 Neoenergia - Metrópoles - Foto: Abradee/Reprodução

atualizado

Aos 44 anos, Elaine Guimarães foi a primeira mulher a trabalhar na rede subterrânea de energia do Distrito Federal da Neoenergia. Formada na primeira turma da Escola de Eletricistas da companhia, ela adquiriu treinamento especializado para atuar diariamente na rede elétrica abaixo do nível do solo. Desde 2020, a Neoenergia já promoveu 15 turmas exclusivas para mulheres.

Já Dinilza Porto, 38, formou-se em eletricista, em Cuiabá, pela Energisa. Com dedicação, começou a trabalhar como leiturista na companhia e, hoje, coleciona uma história de paixão dentro da empresa.

Além do Mato Grosso, em 2024 a Energisa promoverá o Curso de Formação de Eletricista de Redes de Distribuição voltado para mulheres, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), na Paraíba, no Tocantins e no Mato Grosso do Sul. Turmas mistas são promovidas em todos os estados de concessão da companhia.

Eletricista da Energisa - Metrópoles

“A Energisa enxerga que nós, mulheres, podemos ocupar diversos espaços na empresa. Por isso, sigo encorajando outras mulheres a participarem dos cursos e se especializarem.”

Dinilza Porto, eletricista pela Energisa

O segmento de distribuição de energia elétrica tem se preparado para suprir uma demanda cada vez mais impulsionada por fatores de mercado, como o crescimento do agronegócio; a consolidação do mercado de veículos elétricos no país; o incremento de fontes renováveis intermitentes, como a solar e a eólica; e o aumento da utilização de inteligência artificial (IA) no dia a dia das pessoas e das empresas.

Por isso, as distribuidoras têm como prioridade investir de forma contínua em capacitação profissional tanto de homens quanto de mulheres.

O segmento, que gera mais de 220 mil empregos diretos em todo o Brasil, também é responsável pela remuneração de toda a cadeia produtiva de eletricidade. Por ano, R$ 87 bilhões são arrecados somente em tributos.

Além disso, a meta atual do segmento é direcionar R$ 130 bilhões entre 2024 e 2027 para expandir, renovar e melhorar o fornecimento de energia elétrica no Brasil.

A criação de oportunidades que ajudem a qualificar e inserir novos profissionais no mercado de trabalho é também um compromisso das distribuidoras da Enel, presentes em São Paulo, no Rio de Janeiro e no Ceará.

Em um segmento de atuação ainda ocupado majoritariamente por homens, a Enel também tem viabilizado, em parceria com o Senai, capacitações voltadas para a formação de eletricistas mulheres nas regiões de atuação da companhia.

Após a formação, as novas eletricistas se tornam aptas para trabalhar nas distribuidoras da Enel e em prestadoras de serviço. A empresa já formou 84 mulheres eletricistas nos últimos meses e vai começar a formação de novas turmas no segundo semestre deste ano.

Já para aqueles que ainda buscam uma primeira oportunidade no mercado de trabalho, a Enel promove um curso de formação de novos eletricistas, homens e mulheres, por meio do Programa Jovem Aprendiz.

Nessa iniciativa, não é exigida experiência prévia, bastando ser maior de 18 anos. A seleção leva em conta critérios como vulnerabilidade social, raça e gênero.

Os selecionados recebem formação teórica e prática. Apenas em São Paulo, serão selecionados 200 jovens que começarão as aulas ainda neste semestre e, no Ceará, serão cerca de 100 vagas. A duração da capacitação é de até 15 meses.

Projeto Cidadão

Em outra frente, uma parceria da Energisa com o Exército, Força Aérea Brasileira e o Senai deu origem ao “Projeto Soldado Cidadão”. A iniciativa capacita ex-militares para o trabalho no setor elétrico em Rondônia (RO).

Eduardo Barreto, 33, era militar e já passou por muita dificuldade financeira. Após sair do Exército, participou do Programa Soldado Cidadão em 2019 e começou a trabalhar como eletricista na companhia. A partir desse ponto, a vida dele mudou. Quando concluiu o curso, fez o processo seletivo e, algumas semanas depois, já estava empregado na área.

“Após um ano, fui promovido a técnico de inspeção. Trabalhei com dedicação e continuei me capacitando. Seis meses depois, subi de cargo e assumi uma nova função como líder de equipe”, conta.

Recentemente, foram capacitados, gratuitamente, 90 ex-militares (egressos) para atuarem como eletricistas da rede de distribuição no estado. E essa foi a segunda edição do programa, que é dividido em três turmas com duração de três meses.

Na edição anterior, 96 militares foram capacitados pelo programa, todos contratados pela própria Energisa ou por empresas do segmento. E uma das novidades dessa edição foi o curso para mulheres, visando a maior participação feminina no setor elétrico.

Eletricista Eduardo Barreto - Metrópoles
Eduardo Barreto mudou de vida após se formar como eletricista

Pioneirismo

Criada em 2013, a Escola de Eletricistas da Neoenergia é pioneira no setor elétrico ao oferecer turmas para mulheres e é reconhecida como exemplo global de um dos Princípios de Empoderamento das Mulheres pelo WeEmpower, programa da Organização das Nações Unidas (ONU) Mulheres junto à Organização Internacional do Trabalho (OIT) e à União Europeia.

Tendo a brasiliense Elaine Guimarães como exemplo, a companhia prioriza ampliar a oportunidade de uma nova profissão para mulheres, contribuindo para a equidade de gênero em uma carreira ocupada majoritariamente por homens.

A escola já formou mais de 6 mil eletricistas, sendo 5.026 homens (3.862 contratados) e 1.017 mulheres (670 contratadas). As aulas são ministradas pelo Senai no Nordeste, Distrito Federal e São Paulo; e pela Fundação de Apoio à Tecnologia (FAT/ETEC) em São Paulo.

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