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Um dos estuários mais importantes do estado de Santa Catarina, o Complexo Portuário da Baía da Babitonga, ganhará obra de alargamento e aprofundamento. Orçada em aproximadamente R$ 300 milhões, a viabilização do empreendimento teve o protocolo de intenções assinado no início deste mês pelo governador de Santa Catarina, Jorginho Mello.
O Porto de São Francisco do Sul e o Porto Itapoá integram o acordo, que envolve definir o modelo de financiamento, licenças ambientais, contratação, execução e acompanhamento dos trabalhos.
A obra de dragagem de aprofundamento e alargamento do canal externo da Baía da Babitonga, que dá acesso aos Portos de São Francisco do Sul e de Itapoá, passará dos atuais 14 metros para 16 metros de profundidade.
Ela permitirá, por exemplo, a navegação de embarcações de até 366 metros de comprimento. Hoje, o complexo portuário tem limitações para receber navios acima de 330 metros.
Para o presidente do Porto de São Francisco do Sul, Cleverton Vieira, a obra permite que o estado preserve a condição logística diferenciada. “Ela vai fazer com que o Porto Itapoá receba os maiores conteineiros que navegam na costa brasileira. E, para o Porto de São Francisco, vai garantir uma maior segurança à navegação, assim como a possibilidade de ganhos de eficiência na movimentação de navios de grande calado, tanto graneleiros quanto de carga geral.”
Já segundo o presidente do Porto Itapoá, Cássio José Schreiner, o projeto refletirá em mais renda, geração de empregos e desenvolvimento ainda maior de toda a região. “A indústria que é muito forte em Santa Catarina precisa dessa estrutura para escoar a produção. Além disso, a areia que for dragada com a obra será usada no alargamento de faixa de areia”, reitera.
A areia dragada será utilizada para o engordamento da faixa de areia da orla do município de Itapoá, que, nos últimos anos, tem sofrido com erosão costeira.
Será a primeira vez no Brasil que os sedimentos de uma dragagem portuária terão como destino o alargamento de uma praia.
A obra já conta com licença ambiental prévia, emitida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Depois, haverá o alargamento do canal de acesso externo e o realinhamento do trecho inicial, executando o aprofundamento para 16 metros.
Complexo Portuário da Baía da Babitonga
Localizado no norte do estado, o complexo portuário que representa mais de 60% da movimentação do setor no estado de Santa Catarina, segundo a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) – chama a atenção pelas condições naturais da baía, com águas calmas e profundas, possibilitando que a navegação de embarcações de grande porte, embarcações de turismo e pequenas embarcações ocorram de forma segura na Babitonga. A Babitonga, por sinal, é a maior baía navegável do estado, com mais de 130 km².
Devido a essas condições naturais, pouca manutenção é necessária, reduzindo drasticamente a necessidade de dragagens. A Babitonga, por sinal, é a maior baía navegável do estado, com mais de 130 km².
A vocação e tradição portuária estão intrinsecamente ligadas ao sucesso econômico da região. Da mesma forma, as condições naturais e posição geográfica colocam o Complexo Portuário da Baía da Babitonga na zona de interesse de diversos investidores.
Cercado pelos municípios de Araquari, Balneário Barra do Sul, Garuva, Itapoá, Joinville e São Francisco do Sul, o complexo portuário é um modelo em investimentos em infraestrutura e logística para o desenvolvimento econômico sustentável.
O complexo atende diversas cadeias produtivas, como grãos, metais, insumos e produtos industriais, cargas conteinerizadas ou a granel, bem como combustíveis.
Devido ao aumento na movimentação de navios em um dos estuários mais importantes do estado de Santa Catarina, a Autoridade Portuária do Porto de São Francisco do Sul criou um novo ponto de fundeio na Baía da Babitonga. O novo ponto foi autorizado pela Marinha do Brasil e fica próximo à entrada do canal de acesso à baía.
Investimentos
Atualmente, existem mais de 20 de empresas portuárias e retroportuárias instaladas na região, além de indústrias.
A expectativa é que esse número dobre até 2036, com perspectiva de investimentos privados na ordem de R$ 15 bilhões, com isso a geração de empregos deve saltar de 8.500 para mais de 40 mil.
Isso será possível com investimentos públicos esperados que elevarão a capacidade produtiva do Complexo Portuário da Baía da Babitonga. Entre as inovações, o canal de acesso será capaz de receber navios de maior porte, com capacidade de aproximadamente 16 mil TEUs, hoje são 10 mil TEUs, o que trará um ganho de produtividade significativo na região.
Contudo, esse ganho precisa de uma contrapartida no modal rodoviário, já que o aumento de carga nos navios terá a correspondência em terra.
Um exemplo desse cenário positivo é o Porto Itapoá, um terminal privado de contêineres que, com apenas 13 anos de operação, já figura entre os quatro maiores do país. Em 2023, o Porto Itapoá teve crescimento de mais de 20% em relação a 2022.