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Você sabia que a amamentação não é uma tarefa exclusiva das mães? Mesmo não sendo fonte de alimentação, a rede de apoio e os profissionais de saúde têm participação fundamental no sucesso desse processo.
Agosto é marcado como o mês do incentivo à amamentação, o Agosto Dourado. A cor representa o padrão ouro da alimentação, o leite materno. Com foco na causa, o Cofen – Conselho Federal de Enfermagem lança a campanha “Amamentar é amor. Conte com sua Cadeia de Calor”. A iniciativa tem como objetivo informar as pessoas sobre o papel para fortalecer o apoio ao aleitamento materno e incentivar a prática considerada fundamental ao vínculo de mãe e bebê.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde – OMS e do Fundo das Nações Unidas para a Infância – Unicef, criadoras do movimento em 1992, cerca de seis milhões de vidas são salvas todos os anos por causa do aumento das taxas de amamentação exclusiva nos primeiros seis meses de vida da criança. No Brasil, conforme levantamentos da OMS, apenas 39% dos bebês são amamentados com exclusividade até os cinco meses de vida.
Para a presidente do Conselho Federal de Enfermagem, Betânia Santos, o protagonismo dos profissionais de saúde na construção desse vínculo e incentivo ao aleitamento materno se faz pertinente em todas as fases, desde o pré-natal até o pós nascimento. Além da abordagem inclusiva de toda a rede de apoio da mulher que é um dos pilares da campanha.
“Os profissionais de Enfermagem têm papel fundamental no apoio e manejo da amamentação. Nosso esforço é garantir que tenham informação e formação humana necessárias. Garantir condições para a amamentação envolve os serviços de saúde, empregadores, a família e a comunidade. A “cadeia de calor para amamentação” envolve justamente essa rede humana de apoio”
Ressalta-se, ainda, a influência da comunidade em que a mulher está inserida e a sua condição emocional sobre a amamentação. Isso é chamado de “cadeia de calor”, dessa forma, se faz essencial e necessário o apoio da família, juntamente aos profissionais de saúde, para que se lembrem de que o aleitamento materno não é um ato instintivo das mulheres, ao contrário, é uma prática que requer técnica, apoio, explicações e paciência, tornando-se fundamental a atuação do enfermeiro para sua realização.
O termo “calor” remete ao dourado da campanha de aleitamento, assim como ao calor humano, de estar envolvida em uma rede de apoio.
O papel da Enfermagem no aleitamento materno é informar, vincular, engajar e estimular mães a amamentarem os filhos com leite humano. Dentre as atuações desses profissionais na atenção à saúde de pais e filhos, podemos destacar:
- Acompanhar pais e filhos durante todo o processo de amamentação;
- Dialogar sobre vários aspectos do aleitamento materno, incluindo dúvidas, medos e crenças;
- Apoiar no manejo das eventuais dificuldades ao longo do processo da amamentação;
- Escutar, elogiar quando pertinente, e respeitar escolhas sem julgamentos;
- Treinamento regular e criação de programas sustentáveis;
- Influência na decisão sobre a alimentação infantil.
Segundo o Ministério da Saúde, o aleitamento materno é a forma de proteção mais econômica e eficaz contra a mortalidade infantil, sendo ainda considerado o alimento mais completo do mundo. Ele é rico em vitaminas, proteínas, açúcar e minerais, além de também conter células vivas, enzimas e hormônios, que contribuem para o crescimento saudável do recém nascido e diminuem as chances de doenças como diabetes, obesidade, infecções e alergias.
Assista a campanha completa no canal do YouTube do Cofen.
Doação de leite
Referência mundial em doação de leite materno, o Brasil tem a maior e mais complexa rede de bancos de leite humano do mundo. São 225 bancos de leite presentes em todas as unidades federativas e 219 postos de coleta. A doação é outro pilar da campanha do Cofen de incentivo ao ato que pode salvar vidas.
A doação de leite humano é uma importante iniciativa que traz benefícios aos bebês prematuros ou de baixo peso que estão internados em Unidades Neonatais brasileiras e não podem ser amamentados pela própria mãe.
Vale lembrar que qualquer mulher em fase de amamentação pode ser uma doadora, basta ser saudável e não tomar medicamento contraindicado para essa fase. É importante destacar que todo leite doado passa por análise, testes de qualidade, processamento, pasteurização e só então é ofertado aos bebês prematuros.
Conselho Federal de Enfermagem – Cofen