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Cátia Damasceno: impor-se na cama impacta em todas as áreas da vida

Com muito bom-humor, a sexóloga é a próxima ​convidada do Metrópoles Talks. Mas, que tal um spoilerzinho nesta entrevista exclusiva?

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Cátia Damasceno - Metrópoles
1 de 1 Cátia Damasceno - Metrópoles - Foto: Reprodução

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Mulher, mãe de quatro filhos, empresária, fisioterapeuta, especialista em saúde perinatal, escritora e sexóloga. Aos 47 anos, Cátia Damasceno sabe que, quando uma mulher aprende a dizer não sobre algo que não gosta na cama, ela consegue se impor em qualquer área da vida. Na profissão, na família e até diante de uma relação tóxica.

Para a profissional brasiliense, isso, sim, é ter confiança em si. E, se sentir assim, representa ter qualidade de vida. Afinal, ganha-se uma melhora significativa na comunicação, no relacionamento e na autoestima.

A master coach em relacionamentos pelo Instituto Brasileiro de Coaching trabalha com pompoarismo (ginástica íntima) desde 2004. Uma das primeiras especialistas do Brasil na área.

E o trabalho deu tão certo que, em 2013, criou o Mulheres Bem Resolvidas (MBR). Trata-se da maior plataforma on-line sobre relacionamentos e sexualidade do mundo, impactando mensalmente mais de 10 milhões de pessoas.

O movimento MBR conta, hoje, com canal no YouTube, cursos on-line, podcast, peças de teatro e eventos presenciais.

Cátia também é autora do livro Bem Resolvida: Sinta-se mais confiante e realizada na cama e fora dela. O livro é um convite para que as mulheres não se contentem com pouco. Elas podem ser mães, viciadas em trabalho, tímidas e devotas — nada disso deve as impedir de serem bem resolvidas. Afinal, ser bem resolvida é saber se relacionar com o outro.

Para milhões de seguidores, diariamente, a sexóloga reúne dicas para ajudar mulheres e homens, de todas as idades, a sentirem-se bem na própria vida sexual.

Para isso, ela aborda temas como inteligência emocional e autoestima, além de desmistificar dúvidas que muitas pessoas não se sentem à vontade para perguntar: sexo anal é um exemplo.

Fato é que Cátia Damasceno sabe muito… E não tem medo de ensinar!

Por isso, é a próxima ​convidada do Metrópoles Talks. Com muito bom-humor e informação, a sexóloga compartilhará os bastidores de décadas de atendimentos no consultório e trazer histórias com as quais muitas pessoas se identificam na palestra “O segredo das mulheres bem resolvidas”.

O encontro com ela será em 5 de dezembro, no auditório principal do Ulysses Centro de Convenções, em Brasília (DF). Os ingressos custam a partir de R$ 70 no site da Bilheteria Digital.

Mas, antes da palestra, o Metrópoles fez um aquecimento no universo da sexologia com a especialista e dá um spoiler do que o público poderá aprender no dia. Acompanhe:

Fora a Cátia que todo mundo já conhece, quem é a Cátia Damasceno por trás dos palcos, redes sociais e da caneta?

Que delícia! Acho que esta é uma versão minha que ninguém conhece ainda, porque só me veem geralmente em cima dos palcos. Mas, por trás de toda estratégia, estou eu. Há dois anos, estou em solo e sou  CEO do meu negócio. Então, tive de me reinventar muito, aprendendo e estudando bastante.

Meu hobbie, hoje, inclusive, é estudar. Por incrível que pareça, quando estou aprendendo algo novo, o meu cérebro está descansando. E estudo diversos assuntos.

E também adoro viajar; gosto de viagens históricas, porque acredito que, por meio da história dos lugares, a gente consegue aumentar nossa capacidade de conexão com outras pessoas.

Sair do nosso mundinho é muito importante, justamente para abrir a mente para o novo.

E, nas horas vagas, gosto de fazer nada. Isso mesmo: nada. Priorizo ficar curtindo meus filhos, meu marido, minha cama, minha casa. Minha rotina já demanda tanto de mim, que, quando tenho tempo livre, quero saber da minha casa.

Você, Cátia, começou a trabalhar com ginástica íntima (famoso pompoarismo) em 2004. Como foi o despertar para essa área?

Primeiramente, montei uma clínica de fisioterapia para atender gestantes para preparação do parto e pós, dentro da minha própria casa.

Então comecei com as gravidinhas; foi muito especial. Aí você imagina: estou numa sala com cinco mulheres. Já falamos sobre enxoval, maridos, do chefe. O que sobra para o fim das conversas? Assunto sexual, claramente.

E aí vinham as percepções sobre a ginástica íntima: “estou mais apertadinha”; “está mais gostoso”, “estou mais lubrificada”, “meu marido soltou um elogio que nunca tinha dito”. A partir daí, comecei a querer testar o que, antes, estava só na teoria.

Até que saí, certa vez, com um rapaz e coloquei a ginástica em prática. Ele virou para mim e reagiu com “Eita, o que é isso?”. Ele assustou de um lado, eu do outro. Aí raciocinei, repeti, e ele disse que era muito bom, até que percebi que tinha, finalmente, chegado ao diferencial de mercado pelo qual estava procurando, já que minha autoestima era bem baixa na época.

Então segui compartilhando com as minhas gravidinhas, até que uma delas me disse para ensinar a amigas dela que não estavam grávidas. E topei.

E aí lembro que minha primeira aula teve quatro alunas. Depois daí, a cada gravidinha atendida, vinham mais cinco ligações de mulheres atrás do pompoarismo.

Aos poucos fui entendendo que o que fazia não tinha apenas conotação sexual. Eu realmente estava fazendo a diferença na vida de muitas mulheres e de casais.


E deu tão certo que, em 2013, você criou o Mulheres Bem Resolvidas (MBR), a maior plataforma on-line sobre relacionamentos e sexualidade do mundo. Na sua visão, como você analisa o impacto positivo que causa na vida de diversos casais?

Bom, hoje conto bastante com as redes sociais, em que diariamente recebo muitos relatos. É algo tão grande que não consigo nem dimensionar. Vem bastante dúvida, claro, mas vem muito agradecimento também. Mas é muito legal quando encontro aleatoriamente com as pessoas, como em um aeroporto, e elas conversam comigo.

É sempre assim: “você mudou minha autoestima”, “você salvou o meu relacionamento”.

Inclusive, hoje, eu tenho um público masculino muito fiel também. Isso é muito interessante, porque os homens têm um respeito muito grande por mim e pelo que eu faço atualmente.

No começo, havia muita falta de respeito. E eu também não tinha tanta noção do etarismo, apesar de ele ser muito forte ainda. Eu era chamada de velha o tempo todo. “Uma velha falando sacanagem” era o mais comum, mas isso vem mudando.

Apesar de desempenhar tão bem o meu trabalho, ainda assim denunciam bastante meus conteúdos. Então é uma verdadeira luta contra uma maré bem forte. Mas eu já entendi a diferença que faço, que é muito maior do que o mal que me desejam.

E, dentro de todo esse combo de sexualidade, quais principais queixas mais chegam aos seus ouvidos?

Vamos lá! As queixas mais comuns que chegam a mim são:

1) Falta de libido: mais da mulher do que do homem, e a libido é multifatorial, pode estar associada a hormônios, à musculatura vaginal ou ao emocional.

2) Orgasmo: muitas mulheres não conseguem saber se tiveram orgasmo ou não. Para o homem, é fácil saber, porque eles deixam rastros. A mulher não. Ela vai ter uma sensação.

3) Sexo anal: todo dia recebo perguntas sobre isso. Dúvidas frequentes e diárias. Como fazer sem doer, por exemplo.

4) Educação sexual: hoje, atendo público de todas as idades, do adolescente ao idoso. Quando sou abordada pelos adolescentes, sempre ouço as mesmas perguntas “Como faço para ter a primeira vez?”. Então, assim, é muito importante que os pais conversem com os filhos e que eles tenham essa educação sexual, porque eles vão, sim, perguntar ao Google, à Alexa, à IA, para o GPT. Então é uma responsabilidade bem grande.

5) Ejaculação precoce: que afeta tanto homens quanto mulheres.

Bom, voltando ao orgasmo. Ele é composto por sensações diferentes.

Sempre digo assim: imagine que você está em uma piscina, que tem uma bolinha. Quanto mais você nada e fica nervosa, mais você gera ondas, que afastam a bolinha. Mas, quando você está calma e tranquila, você vai lá e consegue pegar a bolinha. E, com o orgasmo, funciona do mesmo jeito. Quanto mais você tenta alcançá-lo, mais ele corre de você.

Então, relaxa! Divirta-se no processo, porque no dia que o orgasmo chegar… Aah, você vai saber que teve! (risos)

Fazer sexo é fácil, agora conversar sobre sexo dentro do relacionamento é que é o grande problema. E, uma vez se impondo na cama, você é capaz de fazer suas próprias escolhas na vida.

Cátia Damasceno - Metrópoles
A especialista trabalha com pompoarismo há 20 anos

Outra dúvida bastante frequente também é sobre o que fazer antes do sexo. Para você, o que compõe uma boa preliminar?

A preliminar é tudo aquilo que acontece antes do sexo em si. Mas o termo sexo é muito abrangente. Não é porque ainda não houve o ato da penetração que ainda não aconteceu sexo, por exemplo. Porque sexo oral é sexo; se rolar o uso dos dedos, é sexo.

Um bom beijo na boca, uma mensagem calorosa, uma foto de algo que lembre um momento íntimo enviado ao longo do dia. Tudo é preliminar. A preliminar funciona como um timing anterior ao sexo. E a do homem é diferente do da mulher. Para o homem, é mais rápido. Já a mulher precisa de mais estímulo.

O estudo “Love life satisfaction around the world”, de 2024, traz a informação de que o Brasil ocupa a 20ª posição no ranking dos países em que os jovens e adultos estão satisfeitos com a vida amorosa e sexual. E, em um ranking, não estar entre os cinco ou 10 primeiros, não é tão satisfatório. Para você, levando em consideração o fato de que “sexo/falar sobre sexo” ainda é um tabu neste país, no que ainda temos de avançar?

Quando se fala em estudo, é preciso checar quais análises foram feitas, qual foi a amostragem, a idade, a situação civil. Enfim, os parâmetros. Bom, mas o que posso falar a respeito do comportamento da nossa sociedade, é que somos um país extremamente tropical e sexualizado, com o exemplo do Carnaval.

Não adianta eu querer comparar a satisfação do Brasil com a do Japão, porque é muito diferente. A série Love is Blind (Casamento às Cegas), inclusive, é extremamente interessante do ponto de vista do comportamento humano.

E o que me chama atenção são os encontros. O do brasileiro, cheio de beijos e pegação. O do americano tem um selinho. Já o da Espanha, um beijinho mais caliente. Enquanto isso, o do japonês tem apenas um cumprimento.

Observando essa diferença de parâmetro, com base em que o estudo nos colocou na vigésima posição? Não se compara cultura com cultura! O que dá para fazer é comparar culturas iguais. Por isso, é preciso ter cuidado.

No Brasil, deveríamos ter mais estudos sobre sexualidade. Geralmente, quando se busca artigos, a gente costuma recorrer aos americanos, mas eles se relacionam sexualmente de uma maneira completamente diferente da nossa.

Assim, o que a gente consegue comparar é tamanho de pênis e frequência sexual. Agora, quando o assunto é satisfação, é diferente, porque satisfação engloba comportamento e comportamento engloba cultura, e isso não se compara.

Para fecharmos, quando se fala em “ousadia” em um relacionamento amoroso, haja criatividade. E uma das formas de ser criativo, certamente, está relacionada ao uso de produtos íntimos. Na sua visão, como esses itens podem tornar a relação mais intensa e prazerosa?

A pandemia trouxe diversos problemas para nós como humanidade, mas também trouxe diversos avanços. E um deles foi o uso de produtos íntimos. O mercado dos sex toys cresceu absurdamente, na casa de bilhões, já que não podíamos ter interação com outra pessoa.

Então, por mais que as pessoas não conseguissem se encontrar, começaram a incluir na rotina o uso dos produtos. Atualmente, existem até aqueles que funcionam por celular, em que dá para controlar a intensidade, se pulsa, vibra, em ondas, o que dá um up no relacionamento a distância.

E o orgasmo dá para ser vivido acompanhado, mas também dá para ser sozinho, que ainda é ignorado, então as pessoas têm que se jogar nos toys.

Inclusive, algo muito presente no meu trabalho hoje em dia é desmistificar o uso deles, principalmente para o público masculino, porque, em média, 80% do público que frequenta sex shops é feminino e gay.

Porém, com a introdução do sex shop on-line, isso deu uma expandida, o que é sensacional.

Então a sacada é a seguinte: está em casa e quer dar uma renovada no relacionamento? Entre no Caixa Oculta – meu sex shop on-line – ao lado da amada.

E não precisa começar com algo que assuste, obviamente. Existem dadinhos, batonzinhos e algemas. Por isso, comece com brincadeirinhas só para tirar o relacionamento da rotina.

Por quê? Somos seres hormonais. Tudo é baseado em hormônios, e eles gostam de ser estimulados.

Em 5 de dezembro, você estará no Ulysses Centro de Convenções, para falar, de forma descontraída, sobre o segredo das mulheres bem resolvidas. Apesar de ser segredo, consegue dar um spoiler do que o público pode esperar?

Podem esperar de mim leveza e bom humor. Falar sobre o universo feminino em sua amplitude nos dias de hoje ainda é algo essencial, e não é um assunto exclusivo das mulheres; é dos homens também.

Afinal, não vivemos isoladas. O bem-estar da mulher consigo mesma e com os outros depende não apenas de como ela se vê, percebe e se relaciona, mas também de como os outros a tratam.

Equilibrar todos esses pratos não é uma tarefa fácil; é um verdadeiro malabarismo que exige jogo de cintura e, acima de tudo, leveza. Com certeza, será uma noite cheia de trocas e risadas!

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Metrópoles Talks

Além de Cátia Damasceno, outros grandes nomes já estiveram presentes no projeto de palestras do Metrópoles. Em outubro, a médica Ana Claudia Quintana Arantes convidou o público a refletir sobre a jornada da vida sob um ângulo surpreendente; já o advogado Samer Agi contou os segredos para criar um discurso que conecta a audiência ao orador.

Em agosto, o psicólogo Rossandro Klinjey e a jornalista Daniela Migliari abordaram autoconhecimento e gestão das emoções. Em junho, foi a vez de o navegador Amyr Klink promover uma conversa cheia de reflexões sobre a busca pela felicidade em meio às tempestades da vida.

Cátia Damasceno em Brasília

Palestra: “O segredo das mulheres bem resolvidas”

Data e horário: 5 de dezembro (quinta-feira), às 20h
Local: Ulysses Centro de Convenções

Onde comprar: Bilheteria Digital

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