Câncer de próstata: nova tecnologia de biópsia chega ao Brasil
Clínica do Distrito Federal é a primeira do país a oferecer exame mais seguro e preciso para os pacientes
atualizado
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Uma inovação tecnológica que promete mais segurança e precisão no diagnóstico para pacientes com câncer de próstata acaba de chegar ao Brasil. Trata-se da Biópsia Tranperineal FreeHand, que usa tecnologia desenvolvida na Dinamarca e, por enquanto, está disponível no país apenas na clínica Urology, de Brasília.
A biópsia de próstata é um exame realizado sempre que testes de rastreamento prévios – como o exame de toque e o PSA – apontam para a suspeita de câncer. O procedimento é essencial para o diagnóstico, e consiste em retirar pequenas amostras do tecido da próstata para que um patologista analise se há células cancerígenas.
Normalmente, as amostras da próstata são retiradas pelo ânus, em um exame chamado de Biópsia Transretal, no qual uma agulha é inserida no reto do paciente para que a próstata seja alcançada. Os exames via reto exigem anestesia local, preparo com antibióticos e, em alguns casos, podem resultar em infecção urinária, obstrução do canal da urina e sangramento anal.
Vantagens
A outra modalidade do exame se chama Biópsia Transperineal e, nesse caso, a agulha que acessa a próstata para retirar as amostras é inserida via períneo – pele entre a bolsa escrotal e o ânus. Até dois anos atrás, antes da tecnologia FreeHand ser criada, o exame via períneo era mais difícil de ser feito pois demandava ambiente hospitalar, anestesia geral e realização de várias punções para alcançar diferentes partes da próstata.
A tecnologia FreeHand permitiu uma evolução no método, tornando-o mais rápido, preciso e seguro. O procedimento agora pode ser feito em ambiente ambulatorial, com anestesia local e/ou sedação, e exige apenas duas perfurações com a agulha para a retirada das amostras da próstata. O tempo de duração do exame é de apenas 15 minutos.
A grande vantagem do novo método, entretanto, é a redução do risco de complicações para os pacientes. Estudos realizados com voluntários mostraram que a biópsia transperineal reduz em 95% as chances de infecção, sangramento anal e obstrução urinária. A chance de uma contaminação causada por bactérias, um problema que pode ocorrer na modalidade transretal, diminui para quase zero na modalidade tranperineal.
“As evidências científicas em relação aos benefícios da biópsia de próstata pela via transperineal são bastante relevantes e robustas. De tão consistentes, elas fizeram com que as diretrizes da Associação Europeia de Urologia (EAU), em 2020, e da Associação Americana de Urologia (AUA), em 2021, fossem alteradas, recomendando fortemente a realização da biópsia de próstata pela via transperineal como o método de escolha para a detecção do câncer de próstata”, explica o urologista Sérgio Levy, diretor da clínica Urology.
Investimento
O processo para implantação da Biópsia Transperineal FreeHand na clínica de Brasília exigiu investimento de R$ 1,5 milhão, incluindo a máquina e o treinamento de médicos do corpo clínico, que foi feito na Dinamarca.
Os planos de saúde não cobrem o exame mais moderno, mas a clínica Urology, com o objetivo de tornar a técnica mais acessível, está oferecendo a Biópsia Transperineal FreeHand não só aos pacientes particulares, mas também aos que têm convênio: estes apenas complementam o valor da biópsia tradicional coberta pelo plano de saúde.
Câncer de próstata
O câncer de próstata é o tipo mais comum de câncer entre a população masculina, representando 29% dos diagnósticos da doença no país. Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) apontam cerca de 65 mil novos casos da doença a cada ano.
O urologista Levy explica que, apesar de haver indícios de que dieta equilibrada e rotina de exercícios ajudam a reduzir os riscos de desenvolver a doença, a melhor forma de evitar complicações relacionadas ao câncer é fazer o rastreamento periódico. “Para garantir os melhores resultados no tratamento do câncer de próstata, o diagnóstico precoce é muito importante. A biópsia está entre os principais exames para confirmar quando há suspeita da doença”, afirma o especialista.
Rastreamento
O rastreamento de câncer de próstata deve começar aos 40 anos para homens com risco muito alto (mais de um parente de primeiro grau que tiveram o tumor em idade precoce); 45 anos para homens com alto risco para doença (afrobrasileiros e homens com um parente de primeiro grau diagnosticado com câncer de próstata com menos de 65 anos) e 50 anos de idade para homens com risco médio para o tumor e expectativa de vida de pelo menos mais 10 anos.
Serviço:
Clínica Urology
Centro Médico Julio Adnet
SEPS 709 | 909 – Térreo/Sala 2
(61) 3443-5040 | (61) 98378-0069