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O ano era 1978, e a cidade, Brasília. Depois de 117 anos, a CAIXA teria, finalmente, a sede transferida do Rio de Janeiro para a nova capital do país. Dois artistas, Lorenz Heilmair e Lorenz Johannes Heilmair, pai e filho, receberam a incumbência de criar os vitrais para o hall de entrada da nova sede.
O maior desafio era o prazo: somente seis meses para produzir 550 metros de vitrais para 22 janelas e duas portas. Os vidros, de diversas cores, precisavam ser montados, como um quebra-cabeça gigante.
A obra, que contou com a participação do arquiteto João Diedman, ficou pronta antes da data prevista, e o hall de entrada da CAIXA ficou conhecido como Átrio dos Vitrais, tornando-se uma das maiores referências artísticas de Brasília. E que agora passa a ter visitação gratuita e guiada ao acervo.
Cada vitral representa um dos 22 estados da Federação na época. Os quatro chamados “territórios” foram retratados na porta, dois em cada vão. A inspiração veio das viagens dos dois artistas pelos quatro cantos do país a bordo de uma velha kombi transformada em ateliê ambulante.
Os motivos retratam o ofício que mais se destacava na economia das regiões no período. No vitral de Pernambuco, por exemplo, o protagonista é o trabalhador canavieiro, responsável por 40% da produção de açúcar. Outra curiosidade é a caracterização do clima predominante em cada estado a partir da escala cromática: tons vermelhos e amarelos representam os estados quentes, e os azuis e verdes, os mais frios.
Outras atrações
Além do Átrio dos Vitrais, duas exposições merecem destaque na programação deste mês. A exposição “Arte em Processo” traz como proposta curatorial o fazer artístico e os variados processos.
Articulando aspectos poéticos e práticos, a exposição aborda a arte à luz do encontro entre processos criativos e de criação, ou seja, de permanência e ressignificação daquilo que foi criado. Os visitantes são convidados a experimentar a mostra a partir de diferentes pontos, como reflexo da complexidade do fazer artístico e das infinitas possibilidades.
Já a “Hiper-realismo no Brasil” apresenta a obra do jovem artista Giovani Caramello. A mostra traz expressões humanas hiper-realistas em esculturas de resina, silicone e terracota, que são o ponto de partida do trabalho produzido.
Com curadoria de Icaro Ferraz Vidal Junior, as obras reproduzem figuras humanas altamente expressivas e com riqueza de detalhes. Entre as peças, destacam-se Nikutai, obra central da exposição, com impressionantes 2,5 metros de altura, e Segunda Chance, que parece viva e traz o busto de um idoso com marcas da idade esculpidas em silicone.
Átrio dos Vitrais
Horário: de terça a sexta-feira, das 9h às 20h.
Visitas mediadas aos fins de semana: sábado, às 10h; domingo, às 11h e às 15h.
Agendamento de grupos para visitas mediadas durante a semana: de terça a sexta-feira, às 9h30, 10h, 14h, 15h e 19h.
Arte em processo
Local: CAIXA Cultural Brasília (SBS Quadra 4, Lotes 3/4) | Galeria Vitrine
Visitação: de 19/11 a 23/2, das 9h às 21h (terça a domingo)
Entrada franca, livre para todos os públicos / Acesso para pessoas com deficiência
Hiper-realismo no Brasil, de Giovani Caramello
Local: CAIXA Cultural Brasília (SBS Quadra 4, Lotes 3/4)
Visitação: de 12/11 a 12/1, das 9h às 21h (sexta a domingo)
Entrada franca, livre para todos os públicos / Acesso para pessoas com deficiência
Para saber mais sobre a CAIXA Cultural e conferir a programação, acesse www.caixa.gov.br/cultura