Alimentos cultivados por extensionistas abastecem 70% dos brasileiros
No Dia Nacional do Extensionista, 6 de dezembro, profissionais da área falam sobre os desafios para impulsionar o desenvolvimento rural
atualizado
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Nos últimos 40 anos, a história do Brasil foi transformada pela ciência, pela tecnologia e pela inovação. No campo, essa transformação anda em sintonia com a história dos extensionistas da assistência técnica e extensão rural pública, que levam a cerca de 2,3 milhões de familias de pequenos e médios agricultores conhecimento e tecnologia na forma de inovação.
São aproximadamente 15 mil profissionais espalhados pelos 26 estados e Distrito Federal, numa teia de educação não formal que alçou o Brasil a um dos países com maior produtividade na área agrícola. Isso faz com que o trabalho desses profissionais no campo, que geram ocupação para mais de 12 milhões de pessoas, seja pautado pelo conceito de sustentabilidade, preservando a terra, rios, florestas. Além disso, são responsáveis pela produção de alimento que abastecem a mesa de 70% dos brasileiros.
Chamados de produtores de qualidade de vida pelo diretor executivo do Instituto Fórum do Futuro, Fernando Barros, os extensionistas têm papel educador, articulador e facilitador como algumas de suas principais funções. E, segundo o professor Allyson, da Universidade de Santa Maria, não há desenvolvimento nas comunidades rurais sem a extensão rural. “Aos extensionistas devemos esse crédito”, ressaltou.
O representante da Embrapa Milho Fredson Ferreira Chaves acredita que a palavra-chave para a agricultura nos próximos anos é integração. “Temos de conectar toda essa rede e não faremos isso sem a parceria com os extensionistas da ATER pública. Temos de reconstruir com pilares bem estruturados, trabalhando os alicerces e conectando pesquisa, extensão, produtores e consumidores. Ou seja, integração. Essa é a base da sustentação da Embrapa, para que a empresa continue gerando soluções tecnológicas”, assegurou.
Avaliando que o fio condutor do trabalho dos extensionistas é o desafio, o presidente da Asbraer, Luiz Hessmann, elencou os principais pontos para a assistência técnica e extensão rural nos próximos anos.
“Muito já foi feito nesses 70 anos de ATER brasileira, principalmente nos últimos 40 anos, como constatamos. Mas temos de continuar avançando com foco no desenvolvimento da ATER nos estados e municípios. Ampliar a participação dos municípios é fundamental. Assim como essa integração com a pesquisa na forma de uma rede nacional com a extensão. Isso nos leva à inovação tecnológica. Precisa ampliar a disponibilidade de instrumentos e sistemas informatizados para facilitar a comunicação, o intercâmbio e a troca entre as 27 Entidades”, pontuou Hessmann.
Outro importante desafio é a estruturação de um sistema abrangente que possibilite a busca de um mercado permanente e permita a colocação da produção da agricultura familiar, criando novos nichos. Além disso, é preciso conhecer consumidores, cadeias de distribuição e fornecedores. “Temos de ter a educação como modelo de transformação do negócio. O produtor do futuro precisa dessa fórmula”, finalizou o presidente da Asbraer.