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A resistência das bancas de jornais e revistas em meio à era digital

Roberto Vasconcelos de Aguiar é um dos empresários que lutam para manter o legado desses espaços no Distrito Federal

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atualizado

Texto elaborado pelos alunos de Jornalismo do IDP Caio Vinícius, Humberto Vale sob supervisão das professoras

Isa Stacciarini e Bárbara Lins

Reinvenção é a palavra que define o momento atual das bancas de jornais e revistas no Brasil, local que, no passado, era a principal fonte de venda desses impressos. 

Atualmente, esses estabelecimentos lutam pela sobrevivência com o advento da era digital, que reduziu drasticamente a circulação desses itens no país.

No Distrito Federal, as bancas de jornais e revistas fazem parte da história cultural e do imaginário popular. Muitas delas nasceram juntamente com Brasília nos anos de 1960 e ainda resistem em meio às transformações da imprensa escrita e da cidade. Empresários do ramo apostam na diversificação de produtos e na fidelização da clientela para continuarem sobrevivendo.

Roberto Carlos de Aguiar é um deles, há 24 anos, ele está à frente de uma das bancas mais antigas do Cruzeiro, a Banca Aguiar. 

“A era digital afastou os clientes sim, mas não foi o nosso fim”, disse Roberto sobre a revolução tecnológica que levou os leitores para os computadores e smartphones.

Seu Roberto, como é conhecido, presenciou momentos importantes do país e viu na diversificação de produtos, a sua saída para enfrentar a era digital: “Precisamos abranger outros produtos para todos os públicos. Precisamos nos reinventar para a banca continuar funcionando”. Confira alguns trechos da entrevista:

IDP

Qual é a história da banca Aguiar?

Aguiar é o meu sobrenome. A única herança é apenas o nome. A banca foi comprada em 1997 do Seu Aldo. Ele foi um dos protagonistas e pioneiros do ramo informacional no Cruzeiro.

Qual é o perfil da maioria dos clientes assíduos atualmente?

Os clientes são donas de casa pelas revistas de culinária, funcionários públicos pelas notícias, crianças pelas figurinhas e doces e jovens pela variedade de bebidas alcoólicas. Hoje em dia, não é possível sobreviver apenas dos jornais. Precisamos abranger outros produtos para todos os públicos. Precisamos nos reinventar para a banca continuar funcionando.

Como enxerga a redução no número de clientes? A era digital afastou os clientes?

A era digital afastou os clientes sim, mas não foi o nosso fim. Muitas pessoas ainda têm dificuldade de consumir o jornal digital, o livro digital. A venda do jornal impresso, por exemplo, tem saído muito mais para uso doméstico com animais do que para leitura.

Qual foi a situação mais engraçada que você vivenciou na sua banca?

Eu sou flamenguista e tenho muitos clientes vascaínos. Sempre é uma grande brincadeira na minha banca quando os recebo. Os clientes fiéis eu vendo fiado, mas eu preciso conhecer muito bem. Conheço toda a vizinhança pelo nome, se eu mentir para o cliente aqui, ele acredita. Vi os filhos dos meus clientes crescerem, me considero parte da família.

Você conhece outro dono de banca? O senhor tem alguma relação com outros empresários desse mercado?

É uma comunidade bem unida, tenho uma relação muito boa com todos. Não tenho concorrentes aqui no Cruzeiro. Acredito nos meus produtos e, claro, nesse momento de resistência, precisamos um do outro nessa troca amigável.

Qual é a sua visão sobre o futuro das bancas de jornal no DF?

Haverá uma reinvenção das bancas como lojas de conveniência. Além dos jornais e revistas, a tendência é agregar outros tipos de produtos e serviços. Na minha banca, por exemplo, prezo pela variedade de revistas para atrair o público. Também atuo com plastificação de documentos e consultas em órgãos de crédito.

IDP

 

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