TCDF cobra nomeação de agentes socioeducativos no lugar de temporários
Corte analisa a substituição dos contratados temporariamente por servidores concursados que aguardam nomeação desde 2015
atualizado
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Após dois anos de impasse, o imbróglio que envolve o Governo do Distrito Federal e os aprovados para o sistema socioeducativo local chegou ao Tribunal de Contas do DF (TCDF). A Corte determinou à Secretaria de Políticas para Crianças, Adolescentes e Juventude (Secriança) que suspenda a renovação de todos os contratos temporários para os quais existam aprovados em concurso público. A medida reanimou os candidatos selecionados, que aguardam nomeação desde 2015.
Relatada pelo conselheiro José Roberto de Paiva Martins, a determinação é válida até que haja uma nova decisão da Corte sobre o tema. A medida também é fruto de uma representação ajuizada pelo Ministério Público de Contas do DF (MPC-DF), acionado pela comissão de aprovados no concurso. De acordo com o grupo, existem atualmente 480 funcionários temporários atuando nas unidades onde são cumpridas medidas socioeducativas na capital.
Em 2014, a Secriança-DF contratou temporariamente, por meio de seleção simplificada, 221 funcionários para o sistema socioeducativo. No ano seguinte, a pasta realizou concurso para substituir os contratos anteriores. Foram oferecidas 203 vagas para início imediato e 888 para cadastro reserva em três cargos: atendentes, especialistas e técnicos de reintegração socioeducativa.
LRF
Em vez de convocar os selecionados, no entanto, o GDF continuou renovando os contratos temporários e a situação se mantém até hoje. De acordo com o governo, o impedimento para a nomeação dos candidatos está na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Como o DF está acima do limite de prudência da norma desde 2015, está impedido de convocar novos servidores.
A lei, no entanto, prevê exceções para as áreas de educação, saúde e segurança em caso de reposição de cargos em vacância. Em março deste ano, a Procuradoria-Geral do DF emitiu parecer reconhecendo o sistema socioeducativo como parte da segurança pública, e os aprovados defendem que, por isso, deveriam ser convocados para os cargos em vacância. Mas isso também ainda não aconteceu.
Denúncia da Comissão de Aprovados para a Secriança by Metropóles on Scribd
LDO
Os aprovados também tiveram uma nova esperança após a aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias deste ano, que previa a nomeação de 220 servidores para o sistema socioeducativo. Até agora, no entanto, permanece a inexistência de convocações. Na denúncia, a comissão dos aprovados afirma que o GDF tenta “burlar” os limites da LRF e “maquiar” os gastos com pessoal.
Em consulta ao Tribunal de Contas do DF, este deixou claro que as despesas com os temporários incluem ‘gastos com pessoal’ , então qualquer impedimento que houvesse para a contratação de servidor efetivo deveria se estender para os temporários. […] É notório que esta é uma forma de burlar os limites impostos pela LRF. Estão frustrando o princípio da efetividade do concurso público e desafiando o próprio Tribunal de Contas, ‘maquiando’ os gastos com pessoal
Comissão dos aprovados em concurso da Secriança-DF, em denúncia apresentada ao MPC-DF
Outro lado
Acionada pelo Metrópoles, a Secriança-DF afirma que é a autora do pedido que inclui a carreira socioeducativa como parte da segurança pública e que o processo de nomeação dos concursados já foi iniciado. No entanto, de acordo com a pasta, por enquanto só serão nomeados os candidatos que irão repor cargos em vacância.
Confira a nota da secretaria na íntegra:
A Secretaria de Políticas para Crianças, Adolescentes e Juventude informa que é autora do pedido de reconhecimento da atividade socioeducativa como atividade de segurança pública para que os aprovados no concurso para a carreira socioeducativa pudessem ser nomeados dentro das vacâncias (morte ou aposentadoria) da segurança pública, como permite a Lei de Responsabilidade Fiscal em seu artigo 22, que deve ser respeitada, uma vez que o governo de Brasília permanece acima do limite prudencial para gasto com pessoal.
O pedido de contratação dos aprovados já está em andamento e passa por análise técnica na Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão para verificar disponibilidade orçamentária e impacto financeiro.