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Sem trabalho: 70% dos concurseiros desempregados não conseguem ocupação

Pesquisa realizada com 30 mil concurseiros de todo o país revela que quase 18 mil estudantes estão desempregados

atualizado

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1 de 1 emprego e concurso - Foto: Gui Prímola/ Metrópoles

Uma pesquisa realizada com 30 mil estudantes de concursos aponta que, desses, quase 18 mil estão desempregados. O levantamento, realizado pelo Gran Cursos Online, mostra ainda que, dos 17,9 mil sem emprego, 70% estão sem ocupação por falta de oportunidades, apesar das inúmeras tentativas.

De acordo com pesquisa divulgada na sexta-feira (28/8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), houve aumento de 1,1% no desemprego em todo o país. No DF, o índice de desocupação aumentou 2 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior, atingindo 15,6%, bem acima da média nacional, de 13,3%.

Apesar de a capital federal ter um dos maiores índices de empregados do setor privado, com carteira assinada (84,1%), e a segunda menor taxa de informalidade (26%), os concurseiros não fogem à regra e também sofrem para conseguir renda.

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Desempregado, Evaldo Souza dos Santos, 51 anos, foi aprovado em concurso da Sedes/DF e aguarda apenas a nomeação para se tornar agente social
Sem renda há mais de um mês, Maria Helena Borges continua otimista quanto ao sonho de passar em concurso público
Governo envia para Câmara projeto voltado a suspender prazos de concursos
Há oportunidades em vários cargos, destinadas a candidatos de todos os níveis de escolaridade
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Média nacional de desemprego chegou a 13,5%

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Desempregado, Evaldo Souza dos Santos, 51 anos, foi aprovado em concurso da Sedes/DF e aguarda apenas a nomeação para se tornar agente social

Arquivo pessoal
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Sem renda há mais de um mês, Maria Helena Borges continua otimista quanto ao sonho de passar em concurso público

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Governo envia para Câmara projeto voltado a suspender prazos de concursos

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Há oportunidades em vários cargos, destinadas a candidatos de todos os níveis de escolaridade

JP Rodrigues/Metrópoles

Até mesmo profissionais da saúde, tão demandados durante a pandemia do novo coronavírus, penam com a escassez de oportunidades. Maria Helena Borges, 46 anos, é técnica em enfermagem e seu último trabalho foi informal, como cuidadora em home-care, há mais de um mês.Desde que minha paciente faleceu, estou em busca de emprego. Tenho tentado na área de enfermagem, mas o que vier a gente faz”, destaca.

Além da busca pelo emprego, Maria está cursando o 6º período de pedagogia – e ela não esconde o tamanho do desafio. “Tenho de conciliar casa, marido, filho, serviço, faculdade e cursinho. Para você ver que não é fácil”, frisa. No entanto, a principal meta da técnica em enfermagem segue clara: “O sonho mesmo é o concurso”.

Já Jildeney Silva Felix Barreto, 33, está convicta de que as dificuldades não serão suficientes para fazê-la desistir. Profissional na área de educação física, ela trabalhava como freelancer em eventos no DF, mas as restrições de isolamento social minguaram os serviços.

Sem trabalho, Jildeney teve de abandonar o cursinho, mas, com o objetivo de conseguir aprovação no certame da Secretaria de Educação, prefere manter o pensamento positivo: “Tenho certeza de que vou passar na prova do concurso, porque só não passa quem desiste”.

Não tá fácil para ninguém…

Outro empecilho na vida dos concurseiros é a não nomeação daqueles que já venceram a grande concorrência. É o caso de Evaldo Souza dos Santos, aprovado no concurso da Secretaria de Desenvolvimento Social do DF (Sedes/DF), mas que ainda não foi nomeado.

Cinco anos sem emprego formal e trabalhando como motorista de aplicativo, o concurseiro de 51 anos disse estudar 10 horas por dia, inclusive entre uma corrida e outra. Depois de muita dedicação, passou no certame da Sedes DF.

“Infelizmente, a banca examinadora cometeu várias irregularidades, e o concurso sofreu diversas  judicializações. Inclusive, sou um dos prejudicados por essas irregularidades. Tive de entrar na Justiça com um mandado de segurança para conseguir participar da última fase do concurso, que era o curso de formação”, revela.

Como se já não bastasse todo esse esforço para poder trabalhar como agente social do DF, houve mais frustrações. “Com a Lei Complementar 173, do Governo Federal, estou sem perspectivas para nomeação”, lamenta Evaldo. “Conforme o governador falou em entrevista, não vai nomear ninguém até o fim do ano de 2021, como obriga a tal lei.”

Evaldo comenta que, atualmente, a renda familiar passou a ser apenas o salário da esposa, que trabalha na iniciativa privada, e o auxílio emergencial. Para estudar, utiliza materiais que ele próprio fez, aulas on-line gratuitas e, desde julho, conta com desconto em cursinho para pessoas que estão desempregadas.

“Essa ajuda vem no momento certo, pois tenho certeza de que irá me ajudar bastante na minha preparação na busca de atingir o meu objetivo mais rapidamente, que é ser aprovado e nomeado em um concurso público”, ressalta.

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