metropoles.com

Professores de cursinho prestavam serviços para a Máfia dos Concursos

Uma equipe de profissionais freelancers foi recrutada por Hélio Ortiz para fazer as provas e repassar as respostas aos candidatos

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Giovanna Bembom/Metrópoles
Brasília (DF), /00/2017 – – Foto: Giovanna Bembom/Metrópoles
1 de 1 Brasília (DF), /00/2017 – – Foto: Giovanna Bembom/Metrópoles - Foto: Giovanna Bembom/Metrópoles

Professores de cursinho e servidores públicos especializados em matérias exigidas em concursos estão na mira da Delegacia de Combate ao Crime Organizado (Deco). Uma equipe de profissionais freelancers foi recrutada por Hélio Garcia Ortiz (foto em destaque), líder da organização criminosa, preso durante a Operação Panoptes na segunda-feira (21/8).

Agentes da Deco já identificaram comparsas que integravam o time de especialistas de Ortiz. Alguns atuam em cursinhos renomados do Distrito Federal. No entanto, a polícia não divulgará os nomes nem quantos são para não atrapalhar as investigações em curso.

O objetivo do chefe da Máfia dos Concursos era ter à disposição um rol de catedráticos em cada uma matérias que costumam cair nos concursos públicos. De acordo com as apurações, o esquema era bem organizado, e os profissionais costumavam ser acionados após a divulgação dos editais pelas bancas organizadoras. No dia dos exames, cada um dos recrutados fazia a prova da qual era especialista e deixava a sala após uma hora.

Do lado de fora, esses professores e servidores repassavam as respostas para um dos operadores do esquema, na maioria das vezes, Bruno Garcia Ortiz — filho do líder do grupo —, também detido na ação da última segunda (21).

Com as respostas em mãos, Bruno as passava por meio de ponto eletrônico ou celulares escondidos pelos candidatos.

9 imagens
Bruno Ortiz, filho de Helio, preso no dia 21 de agosto
Operação para deter a Máfia dos Concursos
Helio Ortiz é um velho conhecido da polícia. Ele foi preso em 2005 e em 2009
Ortiz foi preso em casa, na QE 15 do Guará II
Dez escrivães, 25 delegados e 150 agentes, incluindo grupo de operações especiais e helicóptero, participaram da operação
1 de 9

Coletiva dos delegados da Deco sobre a Máfia dos Concursos em agosto deste ano

Giovanna Bembon/Metrópoles
2 de 9

Bruno Ortiz, filho de Helio, preso no dia 21 de agosto

Giovanna Bembom/Metrópoles
3 de 9

Operação para deter a Máfia dos Concursos

Giovanna Bembom/Metrópoles
4 de 9

Helio Ortiz é um velho conhecido da polícia. Ele foi preso em 2005 e em 2009

Divulgação/PCDF
5 de 9

Ortiz foi preso em casa, na QE 15 do Guará II

Reprodução/PCDF
6 de 9

Dez escrivães, 25 delegados e 150 agentes, incluindo grupo de operações especiais e helicóptero, participaram da operação

Michael Melo/Metrópoles
7 de 9

Equipes da PCDF chegam ao Cebraspe/Cespe, onde foi cumprido mandado de busca e apreensão

Rafaela Felicciano/Metrópoles
8 de 9

Movimento intenso no Cebraspe/Cespe

rafaela Felicciano/Metrópoles
9 de 9

São investigados concursos realizados nos últimos cinco anos

Rafaela Felicciano/Metrópoles

Novos indícios
De acordo com o delegado Bruno Ornelas, os professores de cursinho e servidores que foram identificados pela polícia podem ser o próximo alvo da Panoptes. Ainda não se sabe quanto cada um dos comparsas ganhava para fazer as provas de concurso e repassar as respostas aos integrantes da quadrilha. “Ainda estamos analisando uma série de materiais apreendidos durante a primeira fase, mas já há vários indícios”, disse.

Os candidatos beneficiados pela Máfia dos Concursos chegavam a pagar até R$ 200 mil para conseguir a aprovação. Segundo os investigadores, era dado um sinal entre R$ 5 mil e R$ 10 mil. Se o nome constasse entre as primeiras colocações na divulgação do resultado, os aprovados desembolsavam até 20 vezes mais para concretizar o negócio. A suspeita é que pelo menos 100 pessoas tenham sido beneficiadas pelo esquema nos últimos anos.

De acordo com a polícia, a organização criminosa atuava nas portas das faculdades e cursinhos preparatórios angariando possíveis interessados em comprar uma vaga. E vendia o pacote completo, incluindo diplomas de graduação e pós-graduação, se fosse necessário. “Nos assustamos com o tamanho das fraudes. Para passar hoje, além de estudar muito, o candidato deve ter sorte. O processo [seletivo] não é seguro”, lamentou Ornelas.

A quadrilha, segundo a PCDF, agia de quatro formas: repassando informações por meio de ponto eletrônico, com celular escondido no local de prova, uso de documentos falsos por parte dos candidatos e envolvimento de pessoas que trabalham nas bancas organizadoras.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?