Polícia Militar do Paraná retifica edital de concurso após polêmica
Termo “masculinidade” foi substituído por “enfrentamento” no documento responsável pelas diretrizes do processo seletivo da corporação
atualizado
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A Polícia Militar do Paraná (PMPR) retificou na noite desta segunda-feira (13/8) o edital do processo seletivo que oferece 16 vagas para cadete. A alteração ocorreu após polêmica causada pelo termo “masculinidade”, utilizado pela corporação no documento responsável pelas diretrizes do certame.
Por meio de nota, a PMPR informou sobre a substituição da palavra que constava no edital original. “A Polícia Militar do Paraná esclarece que está promovendo o ajuste no termo que gerou a polêmica, para ‘enfrentamento’, sem prejuízo à testagem psicológica necessária à definição do perfil profissiográfico exigido para o militar estadual”.
O documento estabelece que os participantes deverão ser submetidos a um teste psicológico para avaliar se são adequados aos critérios exigidos pela banca. O certame foi aberto recentemente, com previsão de salário inicial de R$ 9,5 mil.
O anexo 2 trazia o perfil profissiográfico esperado para atuar na função e previa, na característica de masculinidade, que a pessoa tenha capacidade de “não se impressionar com cenas violentas, suportar vulgaridades, não emocionar-se facilmente, tampouco demonstrar interesse em histórias românticas e de amor” (confira abaixo).
Entidades da sociedade civil posicionaram-se a respeito da exigência e demonstraram indignação com as exigências da PMPR. A Aliança LGBTI e o Grupo Dignidade emitiram nota conjunta questionando os termos do edital, “considerados discriminatórios e machistas, além de incompatíveis com atitude adequada de integrantes da Polícia Militar”.
As organizações também apelaram à primeira mulher a governar o Paraná, Cida Borghetti (PP), e à primeira a comandar a PM do estado, coronel Audilene Rosa de Paula Dias Rocha, para que o edital fosse revogado.