Máfia dos Concursos faz convocação de aprovados na Terracap ser adiada
Agência vai esperar os desdobramentos da Operação Panoptes. Previsão era iniciar a nomeação de aprovados no concurso em dezembro deste ano
atualizado
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Os 33 aprovados na última seleção pública da Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap) vão ter que esperar um pouco mais para assumirem os postos. O início das nomeações estava previsto para dezembro deste ano, mas o órgão vai adiar as convocações devido ao escândalo da Máfia dos Concursos, revelado pela Operação Panoptes da Polícia Civil, na segunda-feira (21/8).
O Metrópoles apurou que pelo menos quatro candidatos teriam conseguido a aprovação de forma fraudulenta. Os concurseiros que compraram vagas serão o alvo da próxima fase da Panoptes.
Por prudência, vamos aguardar o desenrolar das investigações. Nenhum aprovado será chamado até que não reste suspeita sobre a lisura do concurso. [As apurações] alteraram o nosso cronograma
Júlio César de Azevedo Reis, presidente da Terracap
Das 33 vagas oferecidas pela Terracap, 25 foram de nível superior e oito de nível médio. O cadastro reserva, anteriormente previsto para ser ocupado por 390 nomes, foi reduzido para 65. Os salários variam de R$ 7.951,13, para as funções de nível médio/técnico; a R$ 11.717,56 para graduados. As provas foram realizadas em março.
O chefe da quadrilha
A Operação Panoptes foi deflagrada na segunda-feira (21) após quatro meses de investigação. A Polícia Civil encontrou indícios de fraude em vários certames realizados no Distrito Federal. A quadrilha, comandada pelo ex-servidor do Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT) Hélio Ortiz, era especializada em vender vagas.
Além do último concurso da Terracap, estão sob suspeita as seleções para o Corpo de Bombeiros, as secretarias de Saúde e Educação, além dos exames da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Os investigadores desconfiam que a quadrilha também tenha fraudado concursos nacionais.
Na ação, foram presos, além de Hélio, o filho dele Bruno de Castro Garcia Ortiz, Johann Gutemberg dos Santos e Rafael Rodrigues da Silva Matias.
De acordo com a polícia, os suspeitos atuavam nas portas de faculdades e cursinhos preparatórios angariando possíveis interessados em comprar uma vaga. Candidatos chegavam a pagar até R$ 200 mil pela aprovação. A suspeita é que pelo menos 100 pessoas tenham sido beneficiadas com o esquema.