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Frustração: 52% dos desempregados desistiram de algum projeto ou sonho

De acordo com pesquisa da SPC Brasil, mais da metade da população brasileira teve que diminuir o padrão de vida após perder o emprego

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
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1 de 1 Rafaela Felicciano/Metrópoles - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Segundo uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) com brasileiros que estão sem trabalho revela, a situação de desemprego forçou muitos desses consumidores a interromper planos e modificar seus hábitos. De acordo com o levantamento, mais da metade – cerca de 52% – dos desempregados no país precisou abandonar algum projeto que possuía ou desistir da aquisição de um sonho de consumo em razão da demissão.

Os casos mais comuns foram: deixar de fazer reserva financeira (28%); voltar atrás no plano de reformar a casa (25%); desistir de comprar ou trocar o carro (17%); e deixar de adquirir móveis para a residência (17%). Há ainda: pessoas que interromperam planos de abrir o próprio negócio (16%); realizar uma faculdade ou pós-graduação (14%); e fazer uma grande viagem (13%). Apenas 9% dos entrevistados não tiveram de abandonar um projeto em decorrência do desemprego, enquanto outros 38% nem sequer tinham algum sonho.

“O orçamento mais apertado como consequência do desemprego impede o consumidor de seguir com seus projetos, porque isso impacta a confiança e a certeza do dia de amanhã. Se ele enfrenta dificuldades para se recolocar no mercado, terá de abrir mão não apenas de alguns confortos, mas até mesmo interromper metas importantes. É uma realidade dura que muitos brasileiros estão enfrentando atualmente”, afirma a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.

Aproximadamente 59% diminuíram o padrão de vida após perder o emprego. Os cortes mais expressivos foram em relação a vestuário e saídas para bares e restaurantes.

Sem poder contar com a renda total anterior, muitos dos desempregados chegaram à conclusão de que era preciso adaptar-se a uma nova realidade. Apenas 31% deles têm conseguido manter o mesmo padrão de vida da época em que estavam trabalhando, enquanto a maioria (59%) mudou a rotina.

Corte de gastos
Segundo dados da pesquisa, a maioria dos indivíduos teve que frear gastos. Os cortes mais expressivos foram em: aquisição de roupas, calçados e acessórios (65%); saídas para bares e baladas (56%); deliveries e comida fora de casa (56%); e alimentos supérfluos, como carnes nobres, bebidas e iogurtes (52%). Atividades de lazer (52%) e gastos com salão de beleza (45%) completam a lista das principais contenções.

Em sentido oposto, não houve corte no consumo para alguns tipos de compromisso. Foi o caso de: contas de água e luz (65%); produtos de higiene, limpeza e alimentação básica (64%); e planos de internet (49%), telefonia (45%) e TV por assinatura (40%). Há também 32% de desempregados que mantiveram plano de saúde, mesmo com a falta de renda.

De acordo com a pesquisa, 46% dos desempregados passaram a pedir dinheiro emprestado a amigos ou familiares para cobrir as despesas quando o orçamento familiar não é suficiente, e 30% deles tiveram de recorrer ao cartão de crédito para conseguir comprar tudo o que precisam.

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