Conheça os bloqueios de aprendizagem e saiba como lidar com eles
Especialista orienta sobre como vencer as dificuldades que concurseiros têm na preparação
atualizado
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Um dos maiores pesadelos para os concurseiros é estudar e não ver o estudo render. O que poucos sabem é que bloqueios de aprendizagem são muito comuns e não recebem a atenção necessária para evitar que provoquem estragos. Saber identificar o que está acontecendo é o primeiro passo para superar as limitações.
O principal bloqueio é não saber como estudar, explica Ana Lopes, do blog Mais Aprendizagem. Ela explica que, “no fundo, a pessoa sabe que vai sentar ali e render muito pouco. Aí o cérebro se rebela contra esse gasto de energia aparentemente inútil, porque não gera resultados compatíveis com o esforço feito”.
Não entender a matéria e enrolar para estudar são dois dos principais indícios de que há obstáculos de aprendizagem. “Se a pessoa está realmente estudando, investindo todo esforço e tempo que pode e não obtém os resultados desejados, não consegue ver progresso na sua compreensão das matérias, isso é sinal de que ela não está estudando corretamente”, detalha a professora.
“Outro caso é daquela pessoa que faz muitos planos mas na hora ‘h’ procrastina muito. Neste tipo de estudante, a resistência está mais enraizada.”
O caminho para superar essas dificuldades é aprender a estudar, segundo recomenda Ana Lopes, doutora em ciência da computação. Algumas dicas podem mudar a relação entre o concurseiros e sua preparação:
Dica um – Estudar como adulto
Usar apenas as técnicas da época da escola podem não funcionar. “O cérebro da criança está em desenvolvimento e, portanto, em geral, tem mais flexibilidade e velocidade para aprender. Uma segunda diferença importante é que o adulto é muito mais orientado a objetivos”, explica Ana Lopes, que tem mais de 17 anos de experiência como professora universitária.
Os adultos também precisam ver um propósito claro para se motivar, do contrário, surgem as resistências. Em contrapartida, há algumas vantagens, como ter o cérebro totalmente desenvolvido e há conhecimentos acumulados. “Quanto mais se sabe, mais fácil fica aprender”, conta a ex-professora.
Dica dois – Aprender técnicas de aprendizagem
A orientação é conhecer e experimentar várias técnicas de aprendizagem para encontrar as mais adequadas, algo individual. “Quando se tem pouco conteúdo e muito tempo, qualquer coisa ‘meio que’ dá certo, até estudar na véspera. Mas quando se tem que estudar muitas coisas e ainda está em competição com outras pessoas é quando se precisa muito da Ciência para ajudar o cérebro para ter o melhor desempenho”.
Dica três – Vencer “traumas”
Desde 2012, Ana se dedica a ajudar pessoas a aprenderem de forma mais eficiente e prazerosa e sugere alguns passos para lidar com “traumas” com matérias que foram adquiridos quando estudantes escolar.
“O ideal é voltar bem lá atrás e ir lidando com a disciplina aos poucos. Um exemplo, é o trauma comum com matemática. Para superar, a pessoa pode começar com atividades do ensino fundamental e fazer alguns exercícios por dia. Ser paciente é importante. Se precisar repetir várias vezes até acertar, tudo bem”, conta.
Dica quatro – Ampliar as leituras ficcionais
Para Ana Lopes, leitura é fundamental e “deveria ser tão habitual quanto escovar os dentes”. Segundo a especialista, há pesquisas que mostram que bons leitores se saem melhor até em provas de matemática. Nos concursos, podem ser beneficiados nas questões de raciocínio lógico.
Os motivos são explicáveis: “A leitura, especialmente de ficção, desenvolve o raciocínio, a concentração e a imaginação, o que aumenta a capacidade de lida com conceitos abstratos”, afirma.
Por essas razões, ela recomenda que tenha a leitura como uma das sus atividades de lazer, escolhendo um tema que seja agradável. “Se gosta de terror, leia histórias de terror. Se gosta de fantasia, leia Harry Potter. E assim por diante”, detalha.
Dica cinco – Aprenda a monitorar a autocobrança
Em doses saudáveis, a autocobrança é um fator de motivação. Entretanto, se provocar sofrimento e ansiedade, a capacidade de aprender e memorizar fica muito comprometida.
“A ansiedade é um grande problema para quem estuda, porque bloqueia o funcionamento das funções superiores do cérebro”, lamenta a especialista. “É um sinal de perigo iminente para o cérebro e, se a pessoa se sente em perigo, ela só pensa em fugir. Não vai conseguir ficar sentada no mesmo lugar e esquecer do mundo a sua volta para se concentrar nos estudos”, completa.