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Sedestmidh: após falha em concurso, candidatos deixam local de prova

Os problemas apontados pelos candidatos vão desde falta de fiscalização até suspeita de desvio de um malote com questões

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Concurso social
1 de 1 Concurso social - Foto: Material cedido ao Metrópoles

Confusão e revolta marcaram a aplicação da prova do concurso público da Secretaria de Desenvolvimento Social do Distrito Federal (Seds), antiga Sedestmidh, na manhã deste domingo (24/3). O certame estava previsto para as 8h, mas os candidatos que estavam na Universidade Paulista (Unip), na 913 Sul, só receberam as questões por volta das 9h. A banca organizadora é o Instituto Brasil de Educação (Ibrae).

Revoltados, os concurseiros ficaram nos corredores e pediram a suspensão do certame. Em imagens enviadas ao Metrópoles, é possível ver pessoas com as provas na mão discutindo as questões e tirando foto das páginas.

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Confusão na Unip, um dos locais de prova
Há suspeita de que malote tenha sido extraviado
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Candidatos saíram com as provas em mãos

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Confusão na Unip, um dos locais de prova

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Há suspeita de que malote tenha sido extraviado

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Carta feita por candidatos expõe os problemas na prova

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Provas foram levadas para casa antes do horário permitido

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Nos corredores, a suspeita é de que um malote tenha sido extraviado do bloco I. Uma participante entrou em contato com a reportagem e disse que tentou registrar ocorrência na 1ª DP (Asa Sul), mas foi orientada pelos policiais a procurar o Ministério Público do DF.

Às 10h, muitas pessoas desistiram e foram embora revoltadas, com as provas em mãos. Outros problemas citados foram a falta de detector de metais, de policiamento e falha na fiscalização. “Não tinha fiscal nos corredores nem mesmo no banheiro. O que é de praxe em todos os concursos. Foi uma bagunça generalizada”, disse o candidato Paulo Mesquita.

“A minha esposa concorre à vaga de pedagogia. Ela foi informada de que houve uma falha na entrega de um lote de provas, que não chegou à unidade. Vou ter que buscá-la pois muitas pessoas foram embora e as questões já estão na internet”, disse Carlos Eduardo Bontempo, 40 anos.

No Twitter, um candidato desabafou: “O Ibrae não tem noção do quão está prejudicando as pessoas. Não vai ter reembolso das horas que fiquei estudando, das noites em claro, dos almoços em família que perdi pra me dedicar a esse concurso?”

Um empresário que se inscreveu no concurso contou que os candidatos foram informados que o atraso no começo da prova teria sido provocado pelo desvio do malote para outro prédio, onde também seria aplicado o certame. Por volta das 9h, o material chegou, só que, revoltados, muitos concurseiros foram embora.

Quando chegaram do lado de fora do prédio, viram que concorrentes saíram com as provas antes das quatro horas permitidas pelo edital. “Uma bagunça generalizada. Não vou querer mais fazer o concurso. Quero que devolvam meu R$ 150 de inscrição. É o mínimo que devem fazer”, disse o empresário.

A Polícia Militar informou que foi chamada após a notícia do cancelamento da prova, mas não houve necessidade de ação policial. De acordo com a secretaria, o concurso tem 53.748 candidatos inscritos: 27.297 para ensino médio e 26.451 para nível superior. Há provas previstas para o período da tarde, mas ainda não foi informado o que será feito.

Candidatos que estavam no prédio da Universidade Paulista (Upis), na 912 Sul, também foram embora com as provas. O advogado Kailo Resende, 38, disse que eles chegaram a receber as questões por volta das 8h15. Pouco depois, começaram ouvir a confusão na porta da faculdade. Em seguida, a coordenadora entrou na sala em que ele estava e disse que não precisavam continuar a responder as questões, pois várias locais não tinham recebido as folhas de respostas, “entre outros problemas”, conforme ela mesmo enfatizou.

“A gente saiu em seguida com a prova. Tem de mudar a banca”, defende o advogado, que pagou R$ 120 de inscrição para o cargo de especialista em assistência social, na categoria Direito e Legislação. Candidatos que fazem provas em outros pontos, como as unidades da Unieuro, de Águas Claras e da L4 Sul, estavam em sala de aula respondendo as questões por volta das 11h30. Muitas pessoas vieram de outros estados para o concurso.

Em nota, a Sedest informou que a responsabilidade da execução das etapas do exame é do Ibrae. “Ressaltamos que, havendo falhas na execução que coloquem o concurso em risco ou quanto à sua legalidade na realização, as medidas administrativas e judiciais serão tomadas pela secretaria”, acrescentou a pasta. Até a última atualização desta reportagem, a banca não havia se manifestado.

Locais de prova
Esse não é o primeiro problema enfrentado pelos candidatos do concurso. Na última terça-feira (19), os participantes tentaram acessar o portal da banca, mas, ao preencherem o campo de e-mail e senha, receberam o informe “usuário não encontrado”.

Um grupo de aproximadamente 20 candidatos foi à sede do Ibrae para pedir esclarecimentos. No entanto, os funcionários não teriam conseguido resolver o problema. “Ficamos lá das 9h às 15h. A atendente nos informou que, na quarta [20], eles divulgariam uma listagem com o local de prova do pessoal”, contou um dos inscritos, que preferiu não se identificar.

Segundo a Secretaria de Desenvolvimento Social, o Ibrae informou que a situação do concurso estava regular, sem pendências. “O instituto apresentou as garantias devidas para a realização do certame”, disse a assessoria de imprensa da pasta.

 

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