CLDF: concurso para fotógrafo é suspenso após reclamação de candidatos
Concorrentes registraram denúncias no MPDFT, no TCDF e na Procuradoria-Geral do Distrito Federal, que apuram o caso
atualizado
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O concurso da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) para o cargo de técnico legislativo na categoria fotógrafo está temporariamente suspenso. O certame está paralisado desde fevereiro porque um grupo de candidatos denunciou supostas irregularidades na aplicação da prova prática. O processo seletivo foi organizado pela Fundação Carlos Chagas (FCC).
Participantes que se sentiram prejudicados protocolaram denúncias no Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), no Tribunal de Contas local (TCDF) e na Procuradoria-Geral do Distrito Federal (PGDF).
Ao todo, 99.895 pessoas se inscreveram no certame, das quais 735 concorreram à única vaga para técnico legislativo na categoria fotógrafo. A remuneração para a carreira é de R$ 10,6 mil.
Vinte participantes foram convocados para a prova prática, aplicada em 8 de dezembro de 2018. Segundo uma candidata, a avaliação teve uma série de problemas técnicos.
“A Fundação Carlos Chagas não verificou os computadores para saber se o sistema comportava o programa necessário para fotografarmos em qualquer formato de arquivo”, conta a participante, que registrou denúncia no MPDFT, mas prefere não se identificar.
Ela explica que em momento nenhum os fiscais explicaram em qual padrão de arquivo os participantes deveriam produzir as fotos. De acordo com a candidata, essa informação também não constava no edital da avaliação prática. “Algumas pessoas fotografaram em JPEG. Outros, em RAW. Mas o computador só abria o formato JPEG”, conta a concorrente.
Segundo ela, os fiscais teriam deixado os candidatos que produziram fotos nos formatos errados participarem da prova novamente, revoltando os concorrentes. “Quando a pessoa faz a prova pela segunda vez, ela vai menos nervosa, já conhece o equipamento e o tipo de luz da sala. Eles naturalmente tiveram mais vantagem”, reclama.
Outras falhas
Outros problemas na aplicação da prova mobilizaram um grupo de oito participantes. Juntos, eles organizaram um documento relatando as falhas e o enviaram ao MPDFT. “O edital de convocação para a prova prática não informou os equipamentos que seriam utilizados”, escreveram os candidatos. Eles também relataram defeitos em pendrives e entraves no arquivamento das fotos produzidas pelos participantes.
Segundo o MPDFT, o processo está em fase de investigação na Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público.
A Câmara Legislativa informou ao Metrópoles que respondeu formalmente aos esclarecimentos solicitados pelos órgãos. Agora, a recomendação é que os participantes que se sentiram prejudicados esperem a finalização do processo.
“Os candidatos ao cargo de técnico legislativo, categoria fotógrafo, que participaram dessa etapa do concurso devem aguardar a decisão de mérito”, ressaltou a CLDF.
Já o TCDF informou que em 12 de fevereiro concedeu prazo para a Câmara Legislativa apresentar esclarecimento quanto ao teor da representação.
Treze dias depois, segundo o Tribunal, “a CLDF apresentou documentação com os esclarecimentos pertinentes, que estão no Ministério Público junto ao TCDF para emissão de parecer”.
Depois, o processo vai para o relator. “Em seguida, será apreciado em plenário, momento em que a Corte vai analisar o mérito da representação”, finalizou o TCDF.
Procurada pela reportagem, a Fundação Carlos Chagas não havia se posicionado sobre o caso até a última atualização deste texto.
Concurso CLDF
O concurso público da Câmara Legislativa do DF realizado em 2018 ofereceu 86 vagas para cargos de níveis médio e superior. Os salários anunciados no edital variavam de R$ 10,6 mil a R$ 15,8 mil.