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Concurso para diplomata: MPF recomenda adiamento em razão da Covid-19

As provas estão marcadas para 30 de agosto em todas as capitais do Brasil, além do Distrito Federal

atualizado

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Palácio do Itamaraty
1 de 1 Palácio do Itamaraty - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O Ministério Público Federal (MPF) recomendou que a realização da primeira fase do concurso para diplomatas seja adiada até que a crise sanitária provocada pela Covid-19 esteja controlada no país. As provas estão marcadas para 30 de agosto em todas as capitais do Brasil, além do Distrito Federal.

O documento, publicado nessa quinta-feira (6/8), foi enviado para o Instituto Rio Branco e para o Instituto Americano de Desenvolvimento (Iades), responsáveis pela realização do certame. As entidades têm cinco dias úteis para prestar informações quanto ao atendimento do pedido.

Na recomendação, assinada por quatro procuradores da República, o MPF destaca que o país ainda se encontra em fase ascendente da curva de contágio pelo novo coronavírus e que o avanço da doença ocorre de forma distinta nos diversos estados da federação.

Aglomeração

Os procuradores querem evitar a aglomeração de pessoas devido à realização do teste. Assim, alertam que, ao impor a atual data prevista para aplicação do exame, a organização do concurso obriga os candidatos a escolher entre deixar de seguir as normas que determinam o isolamento em caso de contágio ou contato com alguém infectado ou renunciar ao direito de participar da seleção.

A recomendação ainda ressalta que a aplicação das provas em pleno auge da pandemia afasta da seleção candidatos em período de isolamento e dificulta a participação de pessoas incluídas nos grupos de risco da doença.

“Esse cenário acaba por colocar em xeque o princípio da isonomia de participação entre os candidatos. Nesse sentido, a situação é agravada quando, a depender do estado de residência e do estágio da doença na região, o inscrito pode enfrentar obstáculos ainda maiores relacionados à proteção da própria saúde e de seus familiares, ao cumprimento das medidas locais de combate ao vírus, ou mesmo em relação ao transporte para os locais de prova” ressalta o MPF.

Outra preocupação apresentada no texto é quanto à fragilidade jurídica imposta ao concurso se realizado nessas circunstâncias. Isso porque, além de colocar em risco a saúde de todos os participantes – direito previsto na Constituição –, também poderá levar a questionamentos judiciais quanto às violações de isonomia no certame.

A recomendação foi enviada após o MPF no DF solicitar informações ao Instituto Rio Branco quanto à possibilidade de alteração da data da prova e não obter qualquer resposta, não sendo apresentada nenhuma razão de interesse público que justificasse eventual urgência na realização do concurso.

Em outra apuração, iniciada na Procuradoria da República no Rio Grande do Sul, o Instituto chegou a informar que pretendia manter a aplicação do exame para o dia 30 de agosto.

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