Cespe já era investigado por fraude em concurso para delegado
Alvo de busca e apreensão na manhã desta segunda-feira (21/8), a entidade vem sendo monitorada pelas polícias do DF e de Goiás
atualizado
Compartilhar notícia
O Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção de Promoção de Eventos (Cebraspe), antigo Cespe, foi alvo de busca e apreensão na Operação Panoptes, que investiga fraudes em concursos públicos realizados no Distrito Federal há pelo menos uma década.
Em junho deste ano, um certame da instituição foi suspenso por suspeita de fraude. A seleção para delegado da Polícia Civil do Estado do Goiás (PCGO) está sendo investigada pelo Ministério Público de Goiás e pode ser anulada.
Em março, durante a aplicação da segunda etapa das provas, cinco pessoas suspeitas de fraudar o concurso foram presas. No decorrer das investigações, a polícia descobriu como funcionava o esquema de venda de vagas, que chegavam a custar R$ 349 mil. Duas pessoas eram responsáveis por aliciar e encontrar interessados no esquema.Costumavam ir em cursos preparatórios no Distrito Federal e Entorno, região com grande número de concurseiros, para conquistar candidatos. O esquema é semelhante ao divulgado nesta segunda-feira (21/8) pelos policiais da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Deco) em que Hélio Ortiz e outras três pessoas atuavam.
Em nota, o Cespe/Cebraspe informou “que está acompanhando a investigação da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), fornecendo todo o apoio necessário à investigação e é o maior interessado em esclarecer os fatos”.
Delegado da Divisão Especial de Repressão ao Crime Organizado (Deco), Brunno Ornelas disse que não há uma instituição sequer que esteja isenta de fraudes. Ele suspeita também que o grupo com atuação no DF se espalhou pelo país.
“Atuavam em Brasília, em alguns concursos nacionais. Não identificamos o número exato, mas há uma série de organizações no Brasil. Em todos os estados existe pelo menos uma”, aponta Ornelas.