Desperdício “absurdo” de vacinas vira munição da oposição e vai ao TCU
Coluna revelou que 10,9 milhões de vacinas foram incineradas em 2024 após perderem o prazo de validade
atualizado
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Líder da Oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN) pediu que o Tribunal de Contas da União (TCU) investigue o Ministério da Saúde pelo desperdício de vacinas. A representação foi enviada nessa terça-feira (5/11).
O senador pede a “implementação das medidas cabíveis quanto às potenciais ilegalidades” e a intimação de representantes da pasta. Também busca a adoção de medidas contra “omissões relativas à prevenção, controle e tratamento da Covid-19 e seus agravamentos”.
Como a coluna revelou na segunda-feira (4/11), a pasta incinerou 10,9 milhões de vacinas vencidas em 2024. São imunizantes contra Covid-19, meningite, pneumonia, tuberculose e gripe, entre outras doenças.
Também há mais 12 milhões de doses em estoque que já passaram do prazo de validade e, portanto, devem ser incineradas. Do total, 9 milhões são contra a Covid-19. Os dados foram obtidos via Lei de Acesso à Informação (LAI).
“É de se inferir que os gestores do Ministério da Saúde agiram com diligência abaixo do normal, uma vez que o volume de doses de vacinas desperdiçadas é absurdo, concluindo-se que houve uma imprudência ou imperícia extraordinária e inescusável”, avaliou Marinho.
Deputado cobra ministra da Saúde
O deputado federal Capitão Alberto Neto (PL-AM) também cobrou explicações da ministra da Saúde, Nísia Trindade, pela incineração das vacinas vencidas em 2024. O parlamentar apresentou requerimento de informações à Câmara dos Deputados na terça-feira (5/11).
No documento, o parlamentar questiona por que as doses não foram aplicadas e quais providências serão adotadas para evitar desperdício de vacinas. Também pede explicações sobre o motivo de os imunizantes terem passado do prazo de validade.
O que diz o Ministério da Saúde sobre vacinas incineradas
Em nota, o Ministério da Saúde destacou que campanhas sistemáticas de desinformação têm minado a confiança na eficácia e segurança das vacinas, o que teria afetado a adesão da população.
“O Ministério da Saúde adota uma série de medidas para evitar o descarte, como cláusulas de troca para lotes próximos ao vencimento, contratos plurianuais para melhor gestão, monitoramento contínuo de estoques e reuniões mensais com laboratórios para ajustes nos cronogramas”, prosseguiu a pasta, em nota.
“Cabe ressaltar ainda que perdas percentuais mínimas são previstas globalmente em políticas de saúde pública, considerando a necessidade de uma reserva técnica”, complementou.