Exército pagou pensão por 33 anos a falsa filha solteira de militar
Mulher terá que devolver mais de R$ 3 milhões, segundo decisão do TCU
atualizado
Compartilhar notícia
Uma avó fraudou a certidão de nascimento da neta para que ela se passasse por filha de um ex-combatente da Força Expedicionária Brasileira (FEB), que atuou na Segunda Guerra Mundial, e, assim, recebesse pensão especial. O Exército pagou os valores mensalmente por mais de 33 anos, até suspender o benefício em maio de 2022.
Ana Lucia Umbelina Galache de Souza, a neta, foi condenada na última quarta-feira (2/10) pelo Tribunal de Contas da União (TCU) a devolver mais de R$ 3 milhões recebidos em pensão por se apresentar falsamente como filha solteira de militar. Além disso, deverá pagar multa de R$ 1 milhão e não poderá exercer cargo em comissão ou função de confiança por 8 anos.
Galache confessou os fatos em depoimento e admitiu ter usado a certidão de nascimento falsa para ganhar a pensão de filha solteira do Exército. Ela e a avó dividiam os valores recebidos. O Exército só descobriu a irregularidade após a própria avó delatar a neta, em 2021, devido a um desentimento familiar.
Ana Lucia Galache foi condenada em fevereiro de 2023 a três anos e três meses de prisão pela justiça militar. A avó morreu pouco tempo depois de denunciar a neta e não chegou a responder criminalmente pela fraude.
No documento falso, Ana Lucia Galache estava registrada como Ana Lucia Zarate, filha do ex-combatente Vicente Zarate. O militar, na verdade, era seu tio-avô, e não pai. Vicente Zarate não tinha filhos e, por isso, a pensão cessaria com a morte dele.
Procurada pela coluna, Galache não se manifestou.