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Ex-embaixador acusado de assédio é punido pela Comissão de Ética

Carlos Eduardo de Ribas Guedes, que foi embaixador do Brasil no Mali, está aposentado e ganha remuneração de R$ 29 mil

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Ex-embaixador do Brasil no Mali Carlos Eduardo de Ribas Guedes
1 de 1 Ex-embaixador do Brasil no Mali Carlos Eduardo de Ribas Guedes - Foto: Reprodução/ X

A Comissão de Ética Pública (CEP) da Presidência da República puniu, com uma censura ética, o ex-embaixador do Brasil no Mali Carlos Eduardo de Ribas Guedes (foto em destaque), acusado de cometer assédio moral contra funcionários da missão diplomática.

O diplomata brasileiro foi denunciado por um grupo de 11 servidores da embaixada. De acordo com os relatos das vítimas, Guedes chegou a ordenar que dois empregados da residência ajoelhassem diante dele, chamou uma funcionária de “puta” e negou assistência a grávidas e enfermos. Ele também tinha o costume de gritar e “berrar” com seus subordinados e de bater a mão na mesa.

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A censura ética, punição aplicada pela CEP, funciona como uma mancha no currículo. A decisão foi tomada pelo órgão colegiado na última segunda-feira (16/12).

Guedes já tinha sido alvo de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) conduzido pelo Itamaraty. Apesar dos relatos, o ex-embaixador não foi expulso. O Ministério das Relações Exteriores decidiu firmar, em fevereiro de 2023, um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o servidor e removê-lo da Embaixada do Brasil no Mali.

Sete meses depois, em setembro de 2023, ele se aposentou voluntariamente. Hoje, aos 70 anos, ganha uma remuneração de R$ 28.688,03, segundo o portal da transparência do governo federal.

Entenda as acusações contra o ex-embaixador

O diplomata brasileiro foi descrito pelos funcionários da embaixada como “sádico”, “maquiavélico”, “desumano” e “violento”.

O TAC que o ex-embaixador firmou com o Itamaraty teve como fundamentos de fato e de direito:

  • faltar com urbanidade no trato com servidores e funcionários da embaixada;
  • manter conduta incompatível com a moralidade pública e não zelar pelo patrimônio;
  • não observar normas e regulamentos de gestão de comunicações do MRE; e
  • não observar normas de saúde sobre Covid-19.

“Em síntese, os depoimentos colhidos demonstram que a postura antiética e de assédio moral do representado foi reiterada, consubstanciada em agressões verbais, gritos e gestos de desprezo e violentos perante os funcionários”, escreveu o conselheiro Manoel Caetano Ferreira Filho, presidente da CEP, em decisão obtida pela coluna.

“Tais fatos, confirmados nos relatos, criaram um ambiente de ansiedade, medo e estresse no ambiente de trabalho”, prosseguiu.

No mérito, a defesa do ex-embaixador negou todas as acusações. Guedes alega que jamais teria havido prejuízo para a imagem do Brasil no continente africano decorrente dos fatos – muito pelo contrário, que houve a elevação do prestígio do Brasil.

Também afirma que jamais ordenou a alguém para se ajoelhar em posição humilhante. “No episódio narrado distorcidamente, o interessado [Guedes] se ajoelhou antes e, após, solicitou ao funcionário da limpeza que fizesse o mesmo, para mostrar uma mancha no tapete do salão da residência a ser retirada”, explicou a defesa.

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