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Deputado cobra Nísia por 10,9 milhões de vacinas incineradas em 2024

Coluna revelou que Ministério da Saúde descartou as vacinas após deixá-las passarem do prazo de validade

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1 de 1 Imagem colorida de Nísia Trindade, ministério da Saúde - Metrópoles - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

O deputado federal Capitão Alberto Neto (PL-AM) cobrou explicações da ministra da Saúde, Nísia Trindade, pela incineração de 10,9 milhões de vacinas vencidas em 2024, revelada pela coluna. O requerimento de informações foi apresentado à Câmara dos Deputados nesta terça-feira (5/11), um dia após a publicação da reportagem.

No documento, o parlamentar questiona por que as doses não foram aplicadas e quais providências serão adotadas para evitar desperdício de vacinas. Também pede explicações sobre o motivo de os imunizantes terem passado do prazo de validade.

Tratam-se de vacinas contra a meningite, pneumonia, tuberculose, febre amarela e gripe, entre outros. Do montante, 6,4 milhões eram de imunizantes contra a Covid-19.

“O Ministério da Saúde adota uma série de medidas para evitar o descarte, como cláusulas de troca para lotes próximos ao vencimento, contratos plurianuais para melhor gestão, monitoramento contínuo de estoques e reuniões mensais com laboratórios para ajustes nos cronogramas”, disse a pasta, em nota enviada à coluna.

Vacinas vencidas em estoque

A coluna revelou, ainda, na última segunda-feira (4/11), que o desperdício de doses pode aumentar. Há mais 12 milhões de doses que já expiraram a validade, incluindo 9 milhões da Janssen contra a Covid-19. Essas vacinas também devem ser incineradas.

Os dados foram obtidos pela coluna via Lei de Acesso à Informação (LAI). A pasta salientou, em ofício, que “não possui gerência sobre a incineração no âmbito estadual”, isto é, os números podem ser maiores por esse motivo.

O Brasil enfrenta uma crise na vacinação nos últimos anos. Desde 2016, taxas de cobertura como a da vacina contra o HPV e as contra meningite têm caído, com recuperação parcial em 2023.

“Com os esforços empreendidos pelo Ministério da Saúde desde 2023, foi revertida a tendência de queda na vacinação registrada desde 2016, tendo os menores índices em 2022. Houve aumento da cobertura vacinal de 13 dos 16 principais imunizantes do calendário infantil e, segundo relatório divulgado pelo Unicef, o Brasil deixou a lista dos 20 países com crianças mais vacinadas no mundo”, informou a pasta, em nota.

A desinformação é um dos motivos para a queda, segundo especialistas, mas não explica tudo. Também há, por exemplo, baixa percepção de risco para as doenças e medo de efeitos colaterais.

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