metropoles.com

STF forma maioria, e prisão de Dama do Tráfico se aproxima

Luciane Barbosa Farias, conhecida como a Dama do Tráfico amazonense, foi recebida no Ministério da Justiça por duas vezes em 2023

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Reprodução
Imagem colorida de Luciene Barbosa, esposa de Tio Patinhas, líder do CV no Amazonas
1 de 1 Imagem colorida de Luciene Barbosa, esposa de Tio Patinhas, líder do CV no Amazonas - Foto: Reprodução

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria contra novo pedido da defesa de Luciane Barbosa Farias, conhecida como a Dama do Tráfico amazonense, e de Clemilson dos Santos Farias, o Tio Patinhas – uma das lideranças da facção criminosa Comando Vermelho (CV) no Amazonas.

Apontada pelo Ministério Público (MPAM) como o braço financeiro do CV, Luciane foi recebida por duas vezes, ao longo do ano passado, por autoridades do Ministério da Justiça e Segurança Pública. A pasta alegou, na ocasião, que a Dama do Tráfico estava como “acompanhante” nas reuniões e que era “impossível” o setor de inteligência detectar previamente a presença dela.

A negativa do STF ocorre no âmbito do processo que condenou Luciane a 10 anos de prisão por associação para o tráfico de drogas, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Ela recorre em liberdade. Clemilson, por sua vez, foi condenado a 30 anos de reclusão.

A defesa do casal acionou o STF após perder o prazo para recorrer do acórdão do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) que o condenou em outubro de 2023.

6 imagens
Luciane já foi condenada a 10 anos por associação para o tráfico, organização criminosa e lavagem de dinheiro
Luciane e Natividade em evento em Brasília
Luciane Barbosa Farias, a Dama do Tráfico amazonense
Luciane Farias, esposa de líder do CV do Amazonas bateu à porta de Chiquinho Brazão
Luciane Farias participou de reuniões no Ministério da Justiça e no Ministério dos Direitos Humanos
1 de 6

Sigilo de 100 anos sobre entradas da Dama do Tráfico

Reprodução
2 de 6

Luciane já foi condenada a 10 anos por associação para o tráfico, organização criminosa e lavagem de dinheiro

Arquivo obtido pelo Estadão
3 de 6

Luciane e Natividade em evento em Brasília

Reprodução/ Facebook
4 de 6

Luciane Barbosa Farias, a Dama do Tráfico amazonense

Reprodução/ Redes sociais
5 de 6

Luciane Farias, esposa de líder do CV do Amazonas bateu à porta de Chiquinho Brazão

Reprodução
6 de 6

Luciane Farias participou de reuniões no Ministério da Justiça e no Ministério dos Direitos Humanos

Reprodução

No último dia 11 de novembro, a Suprema Corte já havia recusado, por unanimidade, o recurso apresentado pela defesa do casal. Agora, os ministros do STF formaram maioria contra os embargos de declaração. A votação ocorreu no plenário virtual do tribunal.

“Os embargos de ambos os embargantes não merecem ser acolhidos, tendo em vista a inexistência de erro, obscuridade, contradição ou omissão no acórdão questionado”, escreveu o ministro Luís Roberto Barroso, relator da ação no STF.

“Estes embargos veiculam pretensão meramente infringente e objetivam tão somente o reexame de pedido já repelido, à unanimidade, por este Plenário. Os embargos não podem conduzir à renovação do julgamento que não se ressente de nenhum vício e, muito menos, à modificação do julgado”, prosseguiu.

O voto de Barroso foi acompanhado pelos ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, André Mendonça e Flávio Dino (que era o chefe do Ministério da Justiça quando dois secretários da pasta receberam a Dama do Tráfico em Brasília).

Os outros ministros têm até sexta-feira (13/12) para manifestarem seus votos.

Quem é a Dama do Tráfico amazonense

Luciane Barbosa é apontada como a responsável por ocultar, empregar e lavar valores oriundos da máquina criminosa do tráfico de drogas.

“Luciane Barbosa Farias era a responsável por acobertar a ilicitude do tráfico, tornando o numerário deste com personificação lícita, ao efetuar compra de veículos, apartamentos e até mesmo abrindo empreendimento. Logo, inquestionável é a participação da apelada na organização criminosa Comando Vermelho”, escreveu a desembargadora Vânia Marques Marinho, do TJAM, ao condená-la.

O Ministério Público do Amazonas a descreveu ainda como “comparsa” dos crimes do tráfico e acrescentou que ela demonstrava “inteligência financeira” na organização.

“Ao tempo em que aparecia como esposa exemplar, era o ‘braço financeiro’ de Tio Patinhas. Exercia papel fundamental, também, na ocultação de valores oriundos do narcotráfico, adquirindo veículos de luxo, imóveis e registrando ‘empresas laranjas’”, diz o Ministério Público na denúncia.

Em nota, Luciane afirmou que não é “faccionada” de nenhuma organização criminosa e que está sendo criminalizada pelo fato de ser esposa de um detento. Clemilson também responde por assassinatos e tentativas de homicídio no Amazonas.

Nas redes sociais, Luciane se diz estudante de direito e ativista de direitos humanos. Quando visitou o Ministério da Justiça, ela também se apresentava como presidente do Instituto Liberdade do Amazonas (ILA), uma ONG que, segundo o próprio site, atua em defesa dos direitos humanos e fundamentais de presos. Para a Polícia Civil, o instituto é financiado pelo tráfico de drogas.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?