Comissão de Ética abre nova investigação contra Pedro Guimarães
Ex-presidente da Caixa teria atendido pedido de Michelle Bolsonaro para favorecer microempresário
atualizado
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A Comissão de Ética Pública (CEP) da Presidência República decidiu abrir um processo contra o ex-presidente da Caixa Econômica Federal (CEF) Pedro Guimarães para investigar suposto favorecimento na liberação de crédito para um microempresário indicado pela então primeira-dama, Michelle Bolsonaro (PL).
A suspeita é que Michelle agiu em benefício do empreendedor para conseguir acesso ao programa de créditos de emergência ofertado pela Caixa na pandemia de Covid-19.
Segundo apurou a coluna, Pedro Guimarães, enquanto presidente da Caixa, recebeu um e-mail de Michelle Bolsonaro pedindo para ele atender um determinado microempresário a procura de empréstimos com juros mais favoráveis. O ex-presidente deu andamento à demanda internamente como “se fosse algo natural”.
A Comissão de Ética aponta “suposta conduta antiética decorrente da viabilização de contratações de crédito de pessoa jurídica fora da esteira convencional”.
A suposta influência de Michelle Bolsonaro na Caixa Econômica foi revelada pela Crusoé, ainda em outubro de 2021. A revista publicou que a lista VIP da ex-primeira-dama continha um salão de beleza, um florista, uma rede de óticas, um brechó e um empresa de eventos.
O Ministério Público Federal (MPF) chegou a abrir uma investigação preliminar sobre o caso. A Procuradoria da República do Distrito Federal (PRDF) arquivou o caso em três meses, porém, sem avançar na apuração.
Por sua vez, a Comissão de Ética Pública decidiu abrir o processo ético após ser demandada pela Corregedoria da Caixa Econômica Federal no fim do ano passado, conforme apurou a coluna. O banco enviou ao órgão colegiado a conclusão da apuração interna sobre a contratação dos créditos.
Agora, Pedro Guimarães está sendo notificado pela Comissão de Ética para apresentar a defesa no processo. A coluna tentou contato com o executivo, mas não houve retorno. Pedro Guimarães foi presidente da Caixa entre janeiro de 2019 e junho de 2022, quando pediu demissão do banco após o Metrópoles revelar denúncias de assédios sexual e moral contra o executivo.