Um partido evangélico e bolsonarista que definha
O PSC, de Pastor Everaldo, teve péssimo desempenho nas urnas e ainda sofre com debandada
atualizado
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Um dos partidos mais bolsonaristas do Congresso Nacional na legislatura que está chegando ao fim, o PSC
começou a definhar ainda na eleição, quando elegeu apenas seis deputados federais.
O péssimo desempenho fez com que a legenda não alcançasse a chamada cláusula de barreira, o que significará menos recursos públicos em seus cofres a partir do próximo ano. Não bastasse o prejuízo já precificado, vem mais por aí.
O partido comandado pelo notório Pastor Everaldo ainda deve perder alguns dos poucos parlamentares que conseguiu eleger em outubro. Dois que já dão a saída como certa são Aluísio Mendes, do Maranhão, e Ruy Carneiro, da Paraíba.
Mendes, atual presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara, está em processo de negociação com dois partidos. Já Carneiro, um ex-tucano que hoje é vice-líder do PSC na casa, já decidiu voltar ao PSDB.
Pelo menos outros dois deputados reeleitos também são citados nos bastidores como possíveis dissidentes.
Demora
Para tentar frear a debandada, o partido aceitou nesta terça-feira ser incorporado pelo Podemos. A aliança, confirmada pelas duas siglas, deverá ser formalizada em uma convenção marcada para o próximo mês.
“Demoraram demais e, a partir do momento em que isso não se encaminhou, colegas acabaram ficando preocupados e abriram conversa com outros partidos”, diz Aluísio.
À coluna, Pastor Everaldo negou que o PSC tenha sido prejudicado pelo apoio a Bolsonaro. O pastor integrou a base do atual governo nos últimos anos, mas é uma figura, digamos, ecumênica: no passado, ele já esteve junto de Lula e Dilma Rousseff.