Um bolsonarista assumido está em vias de ganhar um pedaço do governo Lula
Ex-ministro do governo passado, Ciro Nogueira tem chances de indicar o novo comando da Caixa por intermédio de Arthur Lira
atualizado
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As mudanças que Lula fará na configuração do governo para abarcar o Centrão de Arthur Lira devem embutir alguns movimentos típicos da geleia geral que é a política brasileira.
O principal deles é possibilidade de Ciro Nogueira, ex-ministro da Casa Civil de Jair Bolsonaro e até hoje defensor ferrenho do bolsonarismo, ganhar um pedaço importante da máquina federal.
Personagens graúdos do Centrão dão como quase certa a chance de Ciro indicar o novo comando da Caixa Econômica Federal, que estaria incluído no pacote da negociação travada pelo Planalto com o presidente da Câmara.
Ciro e Arthur Lira são, há tempos, os sócios majoritários do Progressistas, antigo PP, pilar principal do Centrão. Caso a negociação avance da maneira como vem sendo conduzida, Lira assumirá a indicação, mas dentro do partido a escolha caberá a Ciro.
Indicada pelo PT, Maria Rita Serrano, a atual presidente da Caixa, seria limada sumariamente como parte do esforço do Planalto para ter o Centrão como aliado.
Gilberto Occhi, que presidiu o banco no governo Dilma, é um dos nomes ligados ao senador do Piauí cotados para assumir o posto.
O movimento, porém, não significará que Ciro vá passar à condição de defensor do governo Lula. Muito pelo contrário. Ainda que emplaque a nomeação, ao menos publicamente ele seguirá na oposição por considerar que, em sua base, a proximidade com o bolsonarismo é mais rentável — do ponto de vista eleitoral, claro.