TSE não diz quanto custou nem quem pagou festa da posse de Moraes
Segundo fontes internas, o coquetel oferecido para 2 mil convidados não foi custeado pelo tribunal
atualizado
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Em razão da retórica antidemocrática de Jair Bolsonaro e da necessária reação do Poder Judiciário para contê-lo, é raro ver, para além da bolha bolsonarista, questionamentos a alguns dos personagens-chave do embate que se trava atualmente na cena política brasileira.
Esta coluna, porém, não deixará de fazer as perguntas necessárias a quem quer que seja, de que lado for — como, aliás, o leitor que nos acompanha está acostumado a ver.
Pois bem. Nesta quarta-feira, perguntamos ao Tribunal Superior Eleitoral quanto custou — e quem pagou — o luxuoso coquetel que foi oferecido logo após a posse de Alexandre de Moraes como presidente da Corte. Cerca de 2 mil pessoas foram convidadas.
Não houve resposta formal. Extraoficialmente, porém, a coluna foi avisada de que o gabinete da presidência do TSE não prestará as informações solicitadas.
Fontes do tribunal asseguram que não foi a própria Corte que custeou a festa que se seguiu à solenidade de posse, para a qual foi contratado um buffet que está entre mais sofisticados de Brasília, o Unique Palace.
O serviço foi de primeira linha, e incluiu bebidas alcoólicas — vinho, espumante e whisky doze anos, por exemplo — e um cardápio vasto de comidinhas servidas em porções individuais pelos garçons que circulavam pelo salão — havia, por exemplo, risotos, camarão empanado, polvo e canapés diversos.
Estima-se, internamente, que a festa tenha custado pelo menos R$ 350 mil reais.
A coluna apurou que o coquetel teria sido bancado por associações de juízes. Procuradas, duas das maiores entidades do setor — a Associação dos Magistrados Brasileiros, a AMB, e a Associação Paulista dos Magistrados, a Apamagis — negaram que tenham custeado a festa.
Embora a posse de Moraes tenha servido para demarcar o discurso em defesa da democracia, o convescote realizado logo após a solenidade foi criticado reservadamente por ministros de tribunais superiores. Para eles, o momento de crise institucional por que passa o país exigia mais “sobriedade”.