metropoles.com

Troca de informações sobre corrupção pelo Coaf despenca

Responsável por monitorar transações suspeitas, o conselho registrou queda de 47% no intercâmbio de dados com órgãos como PF, MP e Receita

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Raimundo Sampaio/Especial para o Metrópoles
COAF – Conselho do Controle de Atividades Financeiros
1 de 1 COAF – Conselho do Controle de Atividades Financeiros - Foto: Raimundo Sampaio/Especial para o Metrópoles

O desempenho do Conselho de Controle de Atividades Financeiras, o Coaf, está cada vez mais acanhado quando o assunto é corrupção.

É uma tendência que já vem sendo registrada há algum tempo sob o atual governo.

Os números oficiais mostram uma diminuição de 47% no intercâmbio de informações financeiras relacionadas a casos de corrupção no primeiro semestre deste ano, em comparação com a produção registrada em 2021.

De janeiro a junho deste ano, o  órgão, responsável por monitorar transações financeiras suspeitas, computou apenas 667 compartilhamentos de dados envolvendo esse tipo de crime com órgãos de investigação de todo o país, como Polícia Federal, Ministério Público e Receita Federal.

A média foi de 111 comunicações por mês. É o menor índice dos últimos seis anos. No ano passado, a média mensal foi de 209.

Em 2021, o tráfico de drogas assumiu a liderança do ranking de ilícitos apurados pelo Coaf e a tendência se repetiu no primeiro semestre deste ano, com 1,2 mil comunicações envolvendo transações financeiras de traficantes.

O órgão está vinculado ao Banco Central e produz relatórios de inteligência financeira para auxiliar investigações a partir de informações sigilosas que os bancos são obrigados a repassar quando detectam movimentações suspeitas nas contas dos clientes, como depósitos de altas quantias em dinheiro ou saques fracionados na boca do caixa.

O Coaf ganhou holofotes — e também despertou a ira do clã Bolsonaro — quando identificou R$ 1,2 milhão de reais em movimentações atípicas na conta do notório Fabrício Queiroz, amigo do presidente da República e ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro. Ele é acusado de operar o esquema de rachadinha no antigo gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, a Alerj.

Junto com o conselho, outros órgãos de investigação e controle passaram a sofrer ataques ou tentativas de interferência política do presidente, como a Polícia Federal.

Os números do Coaf, por sinal, também revelam uma mudança relevante no relacionamento com a PF e o MP. O envio de dados para a instituição caiu 43,7% neste ano, considerando a média mensal de comunicações.

No caso do Ministério Público Federal, comandado pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, a queda foi de 65,7%.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?