Um relatório preliminar do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo aponta irregularidades no processo de prestação de contas do governador eleito Tarcísio de Freitas, do Republicanos.

O relatório, datado de 29 de novembro, lista falhas na apresentação de documentos apresentados pela campanha para justificar gastos da ordem a R$ 35,8 milhões — o valor representa nada menos que 96% de todas as despesas declaradas pelo comitê de Tarcísio.

A lista de irregularidades inclui, por exemplo, contratos sem assinatura e descrições genéricas dos serviços prestados. O documento também registra que algumas notas fiscais simplesmente não foram apresentadas.

Entre os casos de descrição genérica está o contrato com a empresa Beacon Comunicação Ltda, que representa 66,62% do total de despesas contratadas pela campanha.

Os técnicos do TRE-SP apontam que as notas fiscais anexadas não especificam quais serviços foram prestados pela firma.

O relatório indica ainda que o comitê de Tarcísio recebeu R$ 62 mil de pessoas físicas que não estavam aptas a serem doadoras de campanhas eleitorais.

O TRE deu prazo de três dias para a chapa de Tarcísio se manifestar sobre as irregularidades apontadas.

Em casos assim, o candidato precisa sanar e corrigir eventuais dúvidas da área técnica, sob pena de ter que devolver valores relativos aos gastos que não foram devidamente comprovados.

Caso as irregularidades não sejam sanadas e as contas sejam reprovadas pela Justiça Eleitoral, o Ministério Público ou mesmo partidos políticos podem, em última medida, pedir a cassação do registro de candidatura.

Procurada pela coluna, a assessoria de Tarcísio de Freitas respondeu o seguinte: “O documento enviado pelo TRE-SP trata-se de pedido de diligência comum na prestação de contas de campanhas eleitorais. Todos os pedidos serão respondidos dentro do prazo estabelecido”.