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Por golpe, capitão é procurado. Surpresa: ele está com Bolsonaro

Alvo do MPF, o militar da ativa do Exército trabalhou no Planalto e, depois, foi empregado no PL, no staff que serve ao ex-presidente

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Em foto colorida, o capitão da ativa do Exército Andriely Cirino com Jair Bolsonaro
1 de 1 Em foto colorida, o capitão da ativa do Exército Andriely Cirino com Jair Bolsonaro - Foto: Reprodução

O Ministério Público Federal está à procura de um oficial da ativa das Forças Armadas que trabalhou no Palácio do Planalto sob Jair Bolsonaro e pregou o golpe em aplicativos de mensagens logo após as eleições presidenciais do ano passado.

Trata-se de Andriely Cirino (foto), 54 anos, capitão do Exército. Ainda no período em que Bolsonaro estava no poder, ele foi convocado para assessorar o gabinete presidencial.

Lotado no Gabinete de Segurança Institucional, o GSI, passou a integrar o entourage fardado que cercava o então presidente, inclusive em viagens.

Cinegrafista de farda

A despeito da patente de oficial, sua função não era lá muito nobre, embora fosse muito próximo do núcleo duro bolsonarista: sempre com um aparelho de telefone celular à mão, na prática o capitão tinha por atribuição gravar vídeos rápidos do então presidente para serem distribuídos à militância.

Após as eleições, Cirino cerrou fileira com as alas mais radicais do bolsonarismo e, em aplicativos de mensagens, passou a questionar o resultado das urnas e a difundir mensagens de cunho golpista. Até o fim de janeiro deste ano, ele seguiu oficialmente lotado na Presidência da República.

Exposto, o capitão foi alvo de um pedido de investigação feito pelo senador petista Humberto Costa ao Ministério Público Militar, que em abril chegou à conclusão de que o caso escapava de sua competência e enviou os autos para o Ministério Público Federal.

Tentativas vãs de intimação

Uma vez no MPF, foi aberto um procedimento para apurar se Andriely Cirino pode ser enquadrado em pelo menos três crimes previstos no Código Penal: incitação das Forças Armadas contra as instituições, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito e tentativa de depor, com emprego de violência ou grave ameaça, o governo legitimamente eleito.

Oficiais a serviço da Procuradoria tentaram intimar o militar, mas não tiveram sucesso.

Até recentemente, ele simplesmente não foi encontrado nos endereços que constam dos sistemas oficiais.

Paradeiro óbvio: ao lado de Bolsonaro

Só que, nas páginas do próprio procedimento, há uma pista que pode facilmente levá-los ao militar.

Desde junho deste ano, o capitão da ativa está formalmente empregado no PL, o partido de Jair Bolsonaro, onde dá expediente como integrante do time de estafetas que serve ao ex-presidente.

Ou seja: se querem achar Cirino, basta ir onde está Bolsonaro.

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