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Quase 70% das doações a Bolsonaro são do agro

Lista dos maiores contribuintes tem empresários enredados em investigações e processos, inclusive sobre trabalho escravo

atualizado

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Rafaela Feliciano/Metrópoles
Bolsonaro de chapéu rodeio
1 de 1 Bolsonaro de chapéu rodeio - Foto: Rafaela Feliciano/Metrópoles

Empresários do agronegócio respondem por quase 70% do valor total das doações feitas até agora para a campanha de Jair Bolsonaro.

Faltando menos de um mês para o primeiro turno, o comitê de Bolsonaro recebeu, ao todo, 807 doações, de acordo com os registros do Tribunal Superior Eleitoral.

Os valores recebidos até o momento somam R$ 7,8 milhões. A grande maioria das doações envolve valores pequenos, de R$ 1 mil ou menos.

As contribuições que vêm do agro estão justamente na ponta oposta: elas aparecem em uma quantidade menor, mas estão entre as mais generosas.

Um levantamento feito pela coluna mostra que, dos 100 maiores doadores, 84 são donos de empreendimentos no campo. Eles doaram à campanha bolsonarista nada menos que R$ 5,3 milhões.

A doação individual mais expressiva, de R$ 1 milhão, foi do sojicultor Oscar Luis Cervi, dono de propriedades rurais no estado de Mato Grosso.

Entre os maiores contribuintes do agro, depois de Cervi vem o pecuarista Celso Gomes dos Santos, também de Mato Grosso, que deu R$ 500 mil.

Conhecido como “Rei do Gado”, Gomes apareceu no noticiário no início deste ano ao presentear Bolsonaro com um “óleo ungido” trazido de Jerusalém.

Doadores enrolados na Justiça

A lista de doadores do atual presidente no ramo do agronegócio tem nomes que já estiveram enredados em casos de polícia ou similares.

Quinto maior contribuinte, o empresário Gilson Mueller Berneck foi processado pelo Ministério Público do Trabalho depois que uma operação encontrou em duas de suas fazendas, no interior do Paraná, 47 pessoas trabalhando em situação que, segundo os fiscais, era análoga à escravidão.

Berneck chegou a ser condenado e recorreu da sentença. Ele deu R$ 150 mil ao comitê de Bolsonaro.

Outra doação, de valor menos expressivo, R$ 22 mil, foi feita pelo empresário Tiago Maximiano Junqueira, que em 2018 foi preso em uma operação da Polícia Civil do Piauí.

De acordo com as apurações, Junqueira pagou propina a funcionários do governo local para obter uma licença ambiental. O caso ainda tramita na Justiça.

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