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PT passa o chapéu na advocacia e fatura alto. Saiba quem já contribuiu

Rol de doadores tem advogados que atuaram pelo fim da Lava Jato e outros que já se enrolaram com a Polícia Federal

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa de ato público em brasília df 4
1 de 1 O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa de ato público em brasília df 4 - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O chapéu que o PT passou no meio jurídico em busca de doações para a campanha do ex-presidente Lula ficou cheio. Entre os contribuintes estão advogados que atuaram pelo fim da Lava Jato e outros que defenderam réus da operação ou foram, eles mesmos, alvos de ações deflagradas pela Polícia Federal.

No topo da lista de advogados doadores apresentada pelo PT ao Tribunal Superior Eleitoral até o momento estão Walfrido Warde, dono de uma banca especializada em disputas empresariais, e o criminalista Conrado Gontijo. Cada um doou R$ 200 mil.

Ambos são colaboradores do Prerrogativas, o grupo de advogados alinhados ao partido que liderou a campanha contra a Lava Jato e em favor da anulação dos processos contra Lula. Warde publicou um livro com críticas aos métodos de investigação utilizados pela operação.

O Prerrogativas é coordenado pelo advogado Marco Aurélio de Carvalho, integrante do atual círculo íntimo de Lula e responsável pela arrecadação de recursos para a campanha na advocacia, celebrada com um jantar em São Paulo no mês de junho.

Os dados fornecidos pelo PT ao TSE registram que mais de 60 advogados fizeram doações ao partido na pré-campanha, somando cerca de R$ 1,6 milhão. Mais contribuições foram prometidas para o período oficial de campanha, que começa na próxima semana.

Entre os que já doaram quantias generosas ainda está Marcos Joaquim Alves, que foi advogado do ex-deputado Eduardo Cunha, é dono de uma banca especializada em relações governamentais em Brasília e chegou a ser alvo de uma operação da PF em 2019, por suposto envolvimento em fraudes em fundos de pensão. Ele deu R$ 100 mil ao PT.

A cifra é a mesma que foi repassada para a conta do diretório nacional do partido em junho pelo advogado Edgard Hermelino Leite Junior, alvo de busca e apreensão junto com os atuais defensores de Lula e do presidente Jair Bolsonaro na operação que investigou desvios do chamado Sistema S no Rio de Janeiro. A ação da Lava Jato fluminense foi posteriormente anulada pelo Supremo Tribunal Federal.

Mencionado na delação de Marcelo Odebrecht como contato da empreiteira com o ministro Dias Toffoli na época do governo Lula, o advogado Sergio Renault contribuiu com R$ 30 mil, enquanto o criminalista Alberto Toron, advogado do deputado tucano Aécio Neves e autor do recurso que resultou na anulação da condenação do ex-presidente da Petrobras Aldemir Bendine no STF, contribuiu com R$ 20 mil.

O próprio Marco Aurélio de Carvalho e o advogado Pedro Serrano, que já foi apontado no círculo petista como um possível indicado para o Supremo em caso de vitória de Lula na eleição de outubro, também deram R$ 20 mil cada um.

Muitos dos advogados que doaram para o PT também assinaram o manifesto em defesa da democracia lido nesta quinta-feira na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, a USP.

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