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PT centraliza doações à campanha de Lula

Nada menos que 99,5% dos valores declarados ao TSE chegaram por intermédio do partido

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Fábio Vieira/Metrópoles
O ex-pO ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com lenço na mão
1 de 1 O ex-pO ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com lenço na mão - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

A campanha presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva montou um modelo diferente de arrecadação de doações. Uma parte minúscula das contribuições tem sido feita diretamente para a conta do QG eleitoral do petista. O grosso dos valores, incluindo repasses vultosos de empresários, tem sido aportado por meio das contas do partido — ou seja, o doador transfere para a sigla e, de lá, os recursos seguem para o comitê eleitoral do ex-presidente.

Ao Tribunal Superior Eleitoral, a campanha de Lula declarou ter recebido até agora R$ 86,3 milhões, dos quais 99,5% vieram por intermédio da direção nacional do PT.O valor é mais do que quatro vezes maior do que a receita registrada até agora pela campanha de Jair Bolsonaro. Até esta segunda-feira, o comitê reeleitoral do presidente havia declarado ao TSE o recebimento de R$ 20,8 milhões em doações — a maior parte, como mostrou a coluna, vem de empresários do agronegócio.

No caso da campanha de Lula, precisamente R$ 85,9 milhões chegaram por intermédio do partido. Desde abril, a legenda tem recebido centenas de contribuições, algumas de valores vultosos, como a do empresário e pecuarista Jonas Barcellos, fundador do Grupo Brasif. Ele doou R$ 2,1 milhões ao PT. Na lista dos maiores doadores de recursos ao partido, logo depois de Barcellos aparece o empresário do ramo imobiliário Maurício Gariglia, fundador da BR Soho. Ele transferiu R$ 400 mil.

Para além das transferências feitas pelo próprio partido, o rol declarado ao TSE traz apenas outras quatro fontes de doações. A principal delas é uma empresa que organiza a vaquinha virtual feita pelo PT para arrecadar contribuições. Até agora, a firma de financiamento coletivo registra repasses de R$ 284 mil. Logo depois vem Shawqi Naser, um empresário de origem palestina radicado em Brasília, que deu R$ 100 mil diretamente à campanha. No Brasil desde 1979, Naser se declara petista desde 1980, quando conheceu Lula. “Sou petista, me considero petista desde 1980. Conheci o Lula pessoalmente em um comício naquele ano, conversamos e ele disse que apoiava a causa palestina. O apoio desde então”, disse ele à coluna.

A partir da aproximação de Jair Bolsonaro com Israel, o empresário palestino com negócios no ramos de material de construção e de importação e exportação viu mais um motivo para contribuir com a campanha do petista. “Se você prestar atenção, tem bandeira de Israel em todos os comícios do atual presidente. Aí não tem como né!?”, critica Nasr. Além dele, como pessoas físicas, na lista de doações feitas diretamente à campanha aparecem apenas mais dois nomes: Gabriela Shizue Soares de Araújo (R$ 513,13), advogada, e Usiel Rios (R$ 300), assessor do gabinete do deputado federal Márcio Macêdo, tesoureiro da campanha de Lula.

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