PGR interina muda “método” de Aras para casos sensíveis
Elizeta Ramos, que ocupa o cargo até Lula nomear novo procurador-geral, não quer investigações vinculadas diretamente a seu gabinete
atualizado
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Elizeta Ramos, que assumiu interinamente o cargo de procuradora-geral da República, já sinalizou internamente que não quer repetir o modelo adotado por Augusto Aras na condução das investigações que envolvem autoridades com foro privilegiado.
Embora a PGR tenha uma equipe encarregada de cuidar especificamente dos inquéritos e processos criminais que correm no Supremo Tribunal Federal e no Superior Tribunal de Justiça, Aras segurava em seu gabinete alguns casos que considerava mais sensíveis e os deixava a cargo de sua assessoria direta.
Logo após sentar-se na cadeira, Elizeta deixou claro que não concorda com esse método e pediu um levantamento minucioso desses casos. Ela avisou que quer que todos os procedimentos criminais sejam tocados pela assessoria criminal da PGR.
A partir da posse de Elizeta Ramos, pelo menos dois integrantes do time que conduzia os processos criminais haviam sido designados durante a gestão passada foram desligados.
A chefia da assessoria criminal, que por um longo período do mandato de Aras ficou com Lindôra Araújo, apontada como a quintessência do bolsonarismo na PGR, também mudou. A função — que pelo protocolo cabe a quem ocupa a posição de vice-procurador-geral — agora está com a subprocuradora Ana Borges Coelho Santos.
No governo Lula, há quem defenda que o presidente deve se apressar e indicar logo o novo procurador-geral sob o argumento de que deixar o cargo nas mãos de Elizeta por muito tempo representa um risco. O motivo: ela é apontada por alguns como simpatizante da Operação Lava Jato.