PF terá escala de 1 a 5 para medir risco de ataque aos presidenciáveis
A depender da avaliação, delegados poderão sugerir cancelamento de compromissos de candidatos
atualizado
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A Polícia Federal criou uma escala de 1 a 5 para definir o risco à segurança dos candidatos que vão disputar a Presidência da República neste ano.
A corporação é responsável por garantir a segurança dos presidenciáveis durante a campanha, à exceção de Jair Bolsonaro, que por ser o atual ocupante da cadeira de presidente tem sua escolta organizada pelos militares do Gabinete de Segurança Institucional.
O atentado a Jair Bolsonaro na eleição de 2018 em Juiz de Fora, Minas Gerais, elevou o nível de preocupação para a corrida eleitoral deste ano, desde já marcada pela polarização.
A escala da PF, em ordem crescente, obedece a uma lógica matemática e levará em conta uma série de critérios para estabelecer o grau de risco a que cada candidato estará submetido nos eventos a serem realizados, de comícios a encontros com apoiadores.
A depender do nível na escala, os delegados do setor encarregado da segurança dos presidenciáveis poderão sugerir o cancelamento de compromissos. Na prática, se o risco for muito alto em um determinado evento, a PF poderá dizer que não se responsabilizará pela segurança do candidato naquela ocasião.
Os policiais vão considerar variáveis, como o momento da campanha, o nível de exposição do candidato de acordo com o local de cada evento e, claro, informações de inteligência que apontarem para alguma ameaça.
O “mapa de risco” também será usado para definir o perfil da equipe e o número de policiais que irão acompanhar os candidatos em cada compromisso de campanha – esse efetivo pode variar de cinco a 30, de acordo com a avaliação prévia.
Delegados e agentes da PF já começaram a ser treinados para atuar na segurança dos presidenciáveis. Duas turmas de 44 policiais concluíram recentemente um curso de formação para essa finalidade, na Academia Nacional de Polícia, em Brasília.
A turma mais recente concluiu o treinamento no último dia 20. Com duração de duas semanas, o curso incluiu aulas de tiro, primeiros socorros e defesa pessoal.
Na cidade cenográfica da academia, os policiais participaram da simulação de episódios que reproduziam os diferentes níveis de risco. Um dos exercícios envolvia uma situação em que o candidato tinha de ser retirado do meio de um tumulto generalizado. Outro reproduziu uma cena similar à da facada em Bolsonaro nas últimas eleições presidenciais.
Estima-se que, ao todo, 300 policiais federais estarão mobilizados na proteção aos presidenciáveis.
Por lei, todos os candidatos ao Planalto, independentemente de suas chances de vencer a corrida eleitoral, têm direito a um esquema especial de segurança. Inicialmente, a PF trabalha na montagem das equipes levando em conta o cenário de 10 candidatos – número que pode mudar até o prazo final para o registro das candidaturas, em 15 de agosto.
Tirando Bolsonaro, cuja segurança ficará a cargo do GSI, integrantes da cúpula da PF apontam Lula e Ciro Gomes como os candidatos que despertam mais preocupação.