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Pastelão no serviço secreto: abandonado, informante processa e pede indenização à Abin

Ação foi movida depois de a agência interromper pagamentos sem maiores explicações. Fonte colaborava com o setor antiterrorismo

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1 de 1 Imagem colorida mostra fachada da Abin - Metrópoles - Foto: Reprodução

O serviço secreto brasileiro é pródigo em produzir pastelões.

O mais recente deles envolve uma ação judicial movida por um ex-informante que pede indenização à Abin, a Agência Brasileira de Inteligência, porque os pagamentos que recebia foram interrompidos sem maiores explicações.

O processo virou motivo de piada interna porque expôs uma das áreas mais sensíveis da atividade de inteligência.

O tal informante colaborava com agentes do setor antiterrorismo e costumava dar informações sobre a atuação de suspeitos de ligação com grupos terroristas radicados na região da Tríplice Fronteira, entre Brasil, Argentina e Paraguai.

A ação foi movida na cidade paranaense de Foz do Iguaçu depois que a Abin, ainda sob o comando do delegado federal Alexandre Ramagem, resolveu cortar a verba secreta destinada a remunerar informantes que contribuíam com informações sobre assuntos de interesse da agência.

No processo, que chegou a ficar público por um período, o ex-informante incluiu até relatórios que havia produzido e enviado para seus “controladores”, como são chamados os agentes encarregados de lidar diretamente com esse tipo de fonte.

Quando a Abin se deu conta da existência da ação, um advogado da União foi destacado para cuidar do caso e conseguiu que a Justiça decretasse sigilo sobre os autos.

Para além das piadas, o episódio foi duramente criticado dentro da Abin porque expôs mais uma vez o amadorismo de setores da agência durante a gestão de Ramagem, amigo do clã Bolsonaro e escolhido para o posto pelo presidente da República.

Nos manuais dos serviços secretos, o relacionamento com fontes é uma das atividades mais delicadas em razão dos riscos envolvidos.

Incidentes como esse, reflexo da interrupção pouco cuidadosa da relação com os informantes, não apenas põem em risco as próprias fontes como revelam alvos sob investigação e, não raro, expõem os agentes envolvidos nas operações.

Procurada, a Abin respondeu que não se manifestaria porque o processo corre em segredo de Justiça.

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