Para evitar confronto, Alexandre de Moraes contou até 10
Ministro minimizou o reflexo das operações da Polícia Rodoviária Federal sobre as eleições para não dar a Bolsonaro a chance de criar crise
atualizado
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Na entrevista que concedeu na sede do Tribunal Superior Eleitoral na tarde deste domingo, Alexandre de Moraes optou por não tensionar o ambiente faltando pouco para o fechamento das urnas.
Quem ouviu o ministro responder de maneira comedida às perguntas sobre as operações da Polícia Rodoviária Federal em estradas que teriam criado embaraços para a circulação de eleitores, especialmente no Nordeste, estranhou o tom – pouco antes, Moraes havia chamado ao tribunal o diretor-geral da corporação.
Há, porém, uma explicação. Embora tenha determinado que a PRF interrompesse toda e qualquer operação, mesmo as baseadas no Código de Trânsito, a postura do ministro de minimizar o impacto das ações que já haviam sido deflagradas foi crucial para não dar ao presidente Jair Bolsonaro e aos seus apoiadores mais empolgados a oportunidade de criar uma nova crise bem na reta final do pleito – uma crise que, por envolver uma força policial armada sabidamente dominada pelo bolsonarismo, poderia sair do controle.
A aposta de Moraes, portanto, foi por não dar margem a um estresse novo faltando tão pouco para o fechamento das urnas. Não significa, porém, que os excessos que forem comprovados posteriormente ficarão sem punição: o ministro fez questão de lembrar que se as ações da PRF foram injustificadas, os responsáveis poderão ser enquadrados por abuso de poder.